Rodoviária de Lucélia convive com obra abandonada e infestação de pombos; Prefeitura se manifesta
Nossa Lucélia - 03.03.2022


Presença de pombos traz riscos à saúde pública e exige medidas de controle

LUCÉLIA - O terminal rodoviário de Lucélia convive com obra de revitalização abandonada e infestação de pombos. As condições do local são alvo de reclamação de moradores e, sobretudo, dos usuários do espaço de embarques e desembarques de passageiros.

Além do público circulante, há também pessoas que trabalham no local, e dividem espaço com pombos. Os pássaros depositam suas fezes nas paredes, bancos e no chão, o que põe todo o local como um cenário de risco para transmissão de doenças.

OBRA PARADA: VERBA FOI CONQUISTADA EM 2017 - As obras de reforma do espaço foram iniciadas em setembro de 2019, como divulgou a fanpage da Prefeitura de Lucélia, a partir de verbas federais conquistadas em 2017. As melhorias foram iniciadas após a destinação de recursos no montante de R$ 250 mil, pelo deputado federal Herculano Passos.



Em maio de 2020 o Aqui Lucélia publicou sobre cobranças de vereadores em relação à paralisação da obra. Ao final do ano, em dezembro de 2020, uma nova reportagem mostrou a situação de abandono do local e os danos nos forros de PVC instalados.

No ano passado o caso foi levado à Justiça pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), que tentou penalizar o ex-prefeito Carlos Ananias Junior de improbidade administrativa. Os bens do ex-prefeito chegaram a ser colocados em indisponibilidade.

Conforme o Processo Nº 1000515-78.2021.8.26.0326, o caso foi julgado em janeiro deste ano, onde o Poder Judiciário, em sentença proferida pelo juiz André Gustavo Livonesi, da 2ª Vara da Comarca de Lucélia, julgou improcedente a ação pretendida pelo MPSP e suspendeu a indisponibilidade dos bens do ex-gestor municipal.

“TÁ UM ABANDONO”, DIZ DEPUTADO QUE DESTINOU RECURSOS À OBRA - O deputado federal Herculano Passos, autor da emenda que destinou recursos à obra de melhorias do terminal rodoviário de Lucélia, esteve na cidade em janeiro deste ano e visitou o local acompanhado do vereador Vinícius Bussi, presidente da Câmara Municipal, que em 2017 participou da conquista da verba.

Em frente à rodoviária, Vinicius e o deputado Herculano Passos gravaram um vídeo, publicado nas redes sociais. Nele, o parlamentar federal diz que o local está abandonado, esteve na cidade para fiscalizar e cobrou o andamento da obra. “Tá um abandono aqui a rodoviária. Nós encaminhamos R$ 250 mil, e o dinheiro ainda não foi utilizado. Eu vim aqui para fiscalizar. E continuar ajudando a cidade no que for prioridade. E aqui é uma prioridade. É necessário reformar essa rodoviária, melhorar o piso, melhorar tudo aqui”.

POMBOS: RISCO À SAÚDE PÚBLICA E DE CORROSÃO DAS ESTRUTURAS METÁLICAS - As instalações do terminal rodoviário de Lucélia estão tomadas por pombos. Os pássaros são definidos como praga urbana, com riscos à saúde pública, condição que exige medidas de controle.

Além das questões sanitárias, a presença dos pombos também traz riscos estruturais ao espaço. As fezes desses pássaros possuem acidez muito elevada, o que acarreta em risco de corrosão das estruturas metálicas que compõem a cobertura do local.



A Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do Ministério da Saúde, traz um panorama sobre a presença de pombos em cenários urbanos, seus locais de habitação e procriação e os riscos à saúde.

Os pombos são aves que vivem com facilidade nas cidades, morando em edificações onde costumam fazer seus ninhos em telhados, forros, caixas de ar condicionado, torres de igrejas e marquises, e causam prejuízos por danificar as estruturas dos prédios.

Como dificilmente são caçados por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois, podem causar várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar sequelas.

Veja as principais doenças que podem ser transmitidas por pombos, segundo a BVS:

º Salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
º Criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos;
º Histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);
º Ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;
º Meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.

MEDIDAS DE CONTROLE - A BVS orienta também sobre medidas de controle. “É muito importante para nossa saúde controlar a população desses animais na comunidade, fazendo com que eles procurem locais mais adequados para viver, com alimentação correta e longe dos perigos das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto que em seu ambiente natural pode viver até 15 anos”, informa o conteúdo.



Entre as medidas sugeridas, de controle e manejo, a BVS cita as seguintes ações:

° retirar ninhos e ovos;
° umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las;
° utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes;
° vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros;
° colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado;
° não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos;
° utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem;
° acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados;
° nunca alimentar os pombos.

O QUE DIZ A PREFEITURA - O Aqui Lucélia procurou a Prefeitura Municipal para se manifestar sobre a presença de pombos no terminal rodoviário e o andamento das obras de melhorias no local, como estabelece o convênio conquistado em 2017 que repassou recursos para esta finalidade, ao Município.

Nesta quinta-feira (3), o poder público informou ter definido nova empresa para a execução das obras e pretende conclui-las até o final deste ano. A retomada das obras já deveria ter sido iniciada e ainda não ocorreu, o que deverá levar à notificação da nova empresa e aplicação de eventuais sanções previstas no contrato.

Sobre a presença de pombos no local, a Prefeitura informou a implantação de novo sistema de vedação para o forro, com telha de aço pré-pintada, ao invés da medida anterior, com forro de PVC. “A vedação será com rufos de aço, também pintados, impedindo que os pombos acessem o forro”, explica a nota.

A Prefeitura informou também que não há constatação de nenhuma ocorrência de problemas estruturais em razão das fezes dos pombos. “Entretanto, qualquer problema que possa surgir desse tipo, será sanado”, assegura.

Em relação à situação atual dos pombos, a Prefeitura diz que há dois funcionários escalados para a limpeza permanente do local e que além das barreiras físicas, com o novo sistema de forro e vedação, deve instalar sistema de ultrassom que repele as aves do local.

Veja a íntegra da nota da Prefeitura de Lucélia:

“A Administração sabe o quanto representa para o município a realização da obra da Rodoviária e a importância de se utilizar o recurso que fora destinado para a obra. Em novembro de 2021 a obra foi recontratada tendo apenas uma pequena monta de serviços reiniciados no mesmo mês. Independente do convênio com a Caixa a obra também está contemplada em contrapartida municipal e desde o início a Prefeitura vem dialogando com a construtora para a retomada, notificando a empresa e aguarda neste momento a resposta tendo em vista que há prazo para isso. Caso não se manifeste nos próximos dias a prefeitura aplicará as sanções previstas em contrato.

Entre as contrapartidas estão a execução do novo forro em telha de aço pré-pintada, fixada com parafusos auto atarrachantes, conferindo maior resistência na fixação com a estrutura metálica existente. A vedação de todo o forro será com rufos de aço, também pintados, impedindo que os pombos acessem o forro. Não foi constatada nenhuma ocorrência de problemas estruturais, entretanto, qualquer problema que possa surgir desse tipo, será sanado.

A limpeza da parte superior das lajes e estruturas é crucial para se eliminar os problemas de mau cheiro e possíveis contaminações, mas esse serviço deve caminhar com a execução do forro para que seja efetivamente resolvido. De segunda a sexta-feira, duas funcionárias municipais realizam a limpeza do espaço e aos finais de semana se revezam, não tendo um dia que fique sem se executar.

Outra providência que a Administração está tomando quanto ao controle de pombos é a contratação de um sistema de ultrassom que repele as aves do local, que está em fase de finalização.

A obra da rodoviária está sendo subsidiada por um convênio federal assinado em dez/2017, e já deveria ter sido concluída. Foi contratada uma empresa, pela primeira vez, em 2019 e em 2020 a obra foi paralisada por desistência da empresa vencedora à época. Em 2021, depois de várias tentativas frustradas de licitação, onde deram desertas, foi finalmente realizado um novo contrato, em novembro do mesmo ano.

O planejamento é de concluir a obra neste ano”.



Fonte: Aqui Lucélia

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