De forma simples, jovem de Lucélia inicia campanha contra a compra de voto
Nossa Lucélia - 11.09.2020


Cartazes espalhados pela cidade motiva a consciência eleitoral

LUCÉLIA - A expressão “quero um Brasil melhor” é falada milhares de vezes diariamente em todo o país. Uma nação mais justa e igualitária é o anseio de muitos brasileiros, e o voto é o poder que a população possui para buscar esta transformação.

Em 15 de novembro prefeitos, vice-prefeitos e vereadores serão escolhidos para administrar os municípios pelos próximos quatro anos. A decisão individual de cada eleitor determina o futuro de uma cidade e, consequentemente, as mudanças que almejam para o país.

E para um voto consciente é necessário avaliar propostas e debater problemas e as soluções de cada comunidade. Porém, ainda parte da população associa o período eleitoral como época de ganhar benefícios, como cestas básicas, vale gás e outras formas que se caracterizam como delito eleitoral. Oferecer vantagens, trocas de favores ou dinheiro para garantir o voto é crime com punição prevista em lei.

Em Lucélia a iniciativa de um jovem, de 24 anos, propõe a reflexão sobre tais práticas. De forma simples, Gustavo Palomo Camargo busca motivar a consciência da população sobre a importância do voto.

“O que me motivou a iniciar este movimento de conscientização foi o fato de observar uma grave desmobilização das pessoas e comunidades de Lucélia que, devido à falta de acesso aos recursos e infraestrutura básica e à desinformação, se tornam susceptíveis às práticas antidemocráticas como, por exemplo, a compra e venda de votos. O que fiz, até o momento, foi montar algumas imagens com dizeres reflexivos para espalhar pela cidade (principalmente nas comunidades) com o objetivo de poder, mesmo que de forma sutil, contribuir com a formação de pessoas mais críticas, com disposição e capacidade de ler, interpretar e comparar os projetos políticos dos candidatos, seus respectivos históricos e escolher por aquele que, segundo a conclusão de cada um, possa fazer mais e melhor pelo desenvolvimento geral do Município”, disse.

Antes de realizar a colagens das mensagens nos postes, o servidor público procurou se informar sobre a mobilização, sendo esclarecido pelo Cartório Eleitoral que poderia espalhar o conteúdo informativo, mas, também, crítico.

“Porém, por uma falha de interpretação minha, entendi que poderia colar nos postes (já que não é permitido colar publicidades nesses patrimônios, e minhas mensagens não são publicidades), mas não quero continuar com essa prática para não justificar uma perseguição”.

POLÊMICA - Em pouco tempo a iniciativa causou polêmica. “A população, pelo menos a parte que entrei em contato, tem apoiado e incentivado, argumentando que essas mensagens são de extrema importância pelo fato de protestar contra uma prática muito comum na cidade. Em função disso as autoridades políticas não gostaram nenhum pouco e, além de apagarem algumas mensagens que já foram coladas nos postes, estão ameaçando me processarem por dano ao patrimônio público”, relata Camargo.

Nas redes sociais, o prefeito Carlos Junior se posicionou sobre o tema em vídeo gravado na Academia da Saúde, onde dois cartazes foram colados. No início da gravação, o gestor municipal parabenizou o servidor público pela campanha contra a compra de votos na cidade. “Sou um cara jovem, nasci em Lucélia, tenho amor por esta cidade e concordo extremamente com você, meu apoio é irrestrito contra a compra de voto. Mesmo porque sempre briguei pela igualdade, pela justiça, dizendo que as pessoas têm seu livre arbítrio, liberdade de escolher sua religião, patriotismo, seu time de futebol e também em quem quer votar. Com certeza as pessoas não podem se vender por uma cesta básica, por dinheiro, por nada”.

Na sequência do vídeo o prefeito questionou a colagem dos cartazes no prédio que abriga a Academia de Saúde. Segundo Carlos Junior, o local foi recentemente pintado. “Isso é uma coisa absurda, é dinheiro do povo, dinheiro da população. […] A minha magoa, a minha revolta no momento, e acho que de toda a população, é colocar isto em uma parede de um estabelecimento, de um prédio público […]”, diz.

Mesmo com as controvérsias, o jovem diz estimulado em continuar com a iniciativa que, segundo ele, “contribui para construção de um futuro que beneficie a todos”.

“Pretendo me sentir satisfeito com a vida, sabendo que estou dispondo do meu tempo para contribuir com a construção de um futuro que beneficie a todos, onde os interesses individuais não superem as necessidades coletivas, onde a democracia se torne possível a partir da instrução e educação crítica de todos, onde as pessoas possam viver felizes, com acesso aos direitos básicos e uma qualidade de vida adequada. Não pretendo mudar o mundo e mudar alguém. Me preocupo com minhas mudanças internas, e essas mudanças se refletem em atitudes como essa. A sociedade está configurada para privilegiar um punhado de poderosos enquanto a esmagadora maioria padece pela falta de sensibilidade e humanidade de quem decide o que fazer com as verbas do Estado. Me indigno com essa realidade, por isso me coloco a serviço dos processos de mudança! Sei que não viverei para ver um mundo mais junto, mas mirar essa utopia no horizonte me ajuda a seguir caminhando”, conclui Gustavo Palomo Camargo.


Fonte: Impacto Notícias

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