'FRAGMENTOS' DA HISTÓRIA DE LUCÉLIA
No Instituto Martius-Staden há documentos inéditos sobre a Colônia Paulista
Nossa Lucélia - 03.07.2016

A historiadora Ana Maria Dietrich, em seu livro Caça às Suásticas – O Partido Nazista em São Paulo sob a mira da Polícia Política-, relata uma só vez a existência de uma escola alemã na Colônia Paulista

LUCÉLIA - Antes de Lucélia ser Lucélia, havia nas proximidades da cachoeira denominada Salto Botelho, mais precisamente na reta que liga a cidade ao rio Aguapeí, uma comunidade de descendentes teutos-alemães, que por motivos ainda ignorados vieram morar, na selva virgem uma comunidade onde preservaram os seus valores da terra do escritor Johann Wolfgang von Goethe.

O nome da comunidade era “Nova Pátria”, mas com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o nome foi rebatizado para Colônia Paulista. Como alguns moradores, a minoria, eram adeptos do Terceiro Reich, houve uma intensa vigilância por parte da polícia estatal de Getúlio Vargas.

Os moradores se foram, muitos morreram e alguns foram sepultados e a única lembrança física que resta da comunidade teuto-brasileira. Um velho cemitério abandonado, onde restam alguns poucos túmulos.

Para onde foram todos os documentos, fotos, cartas e relatos que constituem fontes primárias para qualquer trabalho historiográfico e jornalístico?

Descobrimos no último ano a existência na cidade de São Paulo, de um famoso instituto alemão, que tem como um dos seus objetivos a preservação da cultura germânica no Brasil.

Já fizemos contato telefônico com o Instituto Martius-Staden e recebem a informação de que há  documentos da “Comunidade Colônia Paulista”, mas tais registros dizem que na época a comunidade pertencia ao município de Araçatuba, pois a cidade de Lucélia, ainda não tinha sido fundada e a área pertencia a Comarca de Araçatuba, segundo informações. Pesquisamos no site do instituto e contatamos a existência de alguns documentos referentes à comunidade alemã da colônia Paulista. Há também um registro sobre Lucélia e um sobre Balisa, a comunidade russa que existia do outro lado do município, mas que não rivalizava com os teuto-germânicos.

Segundo a historiadora Ana Maria Dietrich, em seu livro Caça às Suásticas – O Partido Nazista em São Paulo sob a mira da Polícia Política-, relata uma só vez a existência de uma escola alemã na Colônia Paulista. Lendo o livro, percebemos que não há outra menção a outra Colônia Paulista na região, pois o relato fala de uma comunidade na região da Alta Paulista.

Esperamos até o fim do corrente ano, fazer uma visita ao Instituto Martius-Staden, na cidade de São Paulo, e ter acesso a tais documentos históricos da cidade de Lucélia.

As atividades do Instituto destinam-se a fomentar o intercâmbio cultural entre o Brasil e países de língua alemã, como a Alemanha, a Áustria e a Suíça.

A principal atuação do Instituto Martius-Staden é manter acessível ao público em geral um dos mais importantes acervos sobre a imigração dos povos de língua alemã para o Brasil, formado por documentos, jornais, livros, mapas, fotografias e outros materiais.

O nome “Instituto Martius-Staden” faz menção a duas importantes figuras históricas: Hans Staden, o primeiro autor a publicar um relato extenso sobre o Brasil (a “Warhaftige Historia”, 1557), e Carl Friedrich Philipp von Martius, naturalista e botânico, autor de obras como “Viagem pelo Brasil”, “História Naturalis Palmarum” (produzida entre 1823 e 1853) e o compêndio monumental “Flora Brasiliensis” (1840 e 1906). É um dos principais institutos de divulgação da cultura e da Alemanha, no Brasil.

O famoso instituto também pode fazer parcerias para exposições com municípios.


Fonte: Marcos Vazniac - Da Gazeta Regional / Com dados do instituto Martius-Starden

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