Atacada na internet após posicionamento político, vereadora em Lucélia leva caso à Polícia Civil
Nossa Lucélia - 04.11.2022


Vestindo camiseta com crítica ao patriarcado, a vereadora Mariana Marques Valentim (PP) fez postagem após votar no segundo turno

LUCÉLIA - Em Lucélia, depois de fazer uma postagem em suas redes sociais – após votar em segundo turno no último domingo (30) – a vereadora no município, Mariana Marques Valentim (PP), de 32 anos, que também é professora, passou a sofrer ataques em seu perfil no Facebook e nos aplicativos de mensagens por, com ofensas de baixo calão e xingamentos.

Ela chegou a fazer novas postagens, narrando sobre as agressões, e nesta quinta-feira (3) levou o caso à Polícia Civil de Lucélia. Sobre sua ida à unidade policial, ela publicou um vídeo, hoje, em frente à delegacia, onde narrou a decisão. “Você que também sofre esse tipo de crime virtual, tem que denunciar, a gente ao pode deixar que isso aconteça”, disse no vídeo. “A internet não é terra de ninguém. Você não pode sair ofendendo, difamando, e fazendo crime de injúria contra as pessoas, e não ser punido por isso”, continuou. 

Ainda no vídeo, Mariana falou sobre as mensagens, tanto de críticas quanto de apoio às suas posições pessoais, profissionais e políticas. “Quero agradecer demais  a população que tem me apoiado. Tenho recebido muitas mensagens de ódio, que desanimam a gente, mas tenho recebido muitas mensagens, principalmente das mulheres, que têm se sentido representadas por mim”, ressaltou. 

Na delegacia, a vereadora foi ouvida pelo delegado Celso Pardo Soares, que colheu as declarações da parlamentar e formalizou a denúncia. Mariana apresentou prints extraídos das redes sociais, como também das conversas escritas e um áudio que circularam em aplicativos de mensagens. Os materiais printados indicam os autores, cujos nomes também foram narrados no termo de declaração.

Na Polícia Civil, Mariana contou que realizou a postagem logo após votar em segundo turno, no domingo. O Siga Mais verificou em sua rede social que a postagem em questão ocorreu às 16h01. Depois disso, segundo a vereadora, começaram a surgir comentários ofensivos e ataques. Sua postagem pública foi printada, compartilhada e republicada por terceiros, onde os ataques foram mais agressivos, denegrindo sua imagem pessoal e profissional.

Nas redes sociais da vereadora é possível constatar o posicionamento da parlamentar, nesta última eleição, pelo candidato Lula, conforme postagens públicas realizadas por ela. Entre os comentários de apoio à sua decisão de voto, é possível também identificar diferentes menções criticando o posicionamento dela.

O QUE DIZ A POSTAGEM QUE DESENCADEOU OS ATAQUES - Na tarde do último domingo, depois de votar, a vereadora publicou conjuntamente três fotos vestindo uma camiseta com crítica ao patriarcado. A camiseta tem uma ilustração de duas mãos com os dedos do meio levantados. Na imagem publicada, usando a camiseta, a vereadora também reproduz o gesto, com as duas mãos. Já em outra imagem ela aparece fazendo o “L” e exibindo o comprovante de votação, em alusão ao seu voto.

Na postagem, com as fotos, a vereadora escreveu um texto onde amplia sobre sua manifestação. “O meu voto nesse segundo turno foi por nós mulheres! Pelo fim do machismo, da misoginia, pelo fim da violência de gênero e do feminicídio. Votei por um governo que nos respeita e que pensa em políticas públicas que nos ampare! O meu voto foi pelas minorias, por uma Educação Pública de qualidade, em respeito à Ciência e ao povo mais pobre. O meu voto hoje foi pela nossa Democracia, pela esperança de ver o nosso Brasil feliz de novo”, escreveu.

Depois disso começaram os comentários, de apoio e ataques.

A crítica da vereadora é ao sistema sociopolítico que coloca os homens em situação de poder, ou seja, o poder pertence aos homens, como narra o site Educa Mais Brasil. “As sociedades patriarcais têm gênero masculino e a heterossexualidade como superiores em relação a outros gêneros e orientações sexuais”, diz a publicação. “O patriarcado valoriza o poder masculino em detrimento do feminino. No capitalismo, fica evidente a sua atuação quando homens são considerados com mais aptidões para cargos de liderança, por exemplo”, continua.


Fonte: Siga Mais

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