Pesquisadora de Parapuã cria método de detecção precoce do câncer de mama
Nossa Lucélia - 07.10.2022


Tecnologia possibilita um procedimento menos invasivo, mais rápido e mais acessível

CIÊNCIA - Todos os anos, o edital SESITECH abre caminhos para soluções inovadoras em saúde e segurança dos trabalhadores da indústria. Por meio da chamada, as empresas selecionadas recebem aporte financeiro e encontram parceiros de negócios para tirar suas ideias do papel. Foi assim que surgiu um biossensor eletroquímico para detecção precoce de um tipo específico de câncer de mama, desenvolvido pelo Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ) com a BMR Medical.

Selecionado no SESITECH em 2019, o projeto pode dar nova luz ao diagnóstico e ao tratamento da doença.

Quem explica é a parapuense Camila Rizzardi Peverari, pesquisadora do ISI-EQ: “O biossensor eletroquímico permitirá o aumento de sobrevida e até a cura do paciente, uma vez que, quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de mama pode ser curado”. Vale destacar que o câncer de mama é o mais letal entre as mulheres – segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada 100 mil brasileiras, 11 morrem por causa da doença. Os dados são de 2020.

A taxa de mortalidade pode ser reduzida em até 25% com o diagnóstico precoce, mas infelizmente depender de filas em hospitais públicos para consultas e exames pode impactar no tempo de espera para tomada de decisão e, consequentemente, na escolha das terapias a serem iniciadas. Por isso, o biossensor eletroquímico desenvolvido pelo ISI-EQ e pela BMR Medical tem um enorme potencial para a área de saúde: utilizando biópsia líquida (pequena alíquota de sangue), consegue detectar concentrações muito baixas do HER2, biomarcador que identifica um tipo de câncer que tende a crescer e se disseminar mais rapidamente do que outros tipos desse câncer. A tecnologia possibilita um procedimento menos invasivo, mais rápido e mais acessível. “A biópsia líquida é obtida com poucos microlitros de sangue, e o teste exige instrumental mais simples e insumos mais baratos”, completa a pesquisadora Camila.

PARCERIA EM PROL DA SAÚDE - A BMR Medical conheceu o Instituto em 2019 na oportunidade SESITECH e, no momento, realiza outro projeto no mesmo tema mas de diferente foco, porém com subvenção da Chamada Paranaense de Inovação Industrial. Com aporte total de R$ 3,3 milhões, esse edital teve foco em soluções que aumentassem a competitividade e a produtividade nas indústrias. A BMR é fabricante de produtos para a saúde desde 2005 e encontrou no ISI-EQ a possibilidade de compartilhar conhecimentos e melhorar os serviços que já realiza: “Apesar de ainda embrionário, este é um projeto belíssimo pelo potencial de simplificar enormemente o diagnóstico e o monitoramento do tratamento do câncer de mama. Está alinhado com o nosso DNA, que é inovar para cuidar das pessoas ao lado dos profissionais de saúde”, conta o CEO da BMR Medical, Rafael Martinelli de Oliveira.

Com a entrada da empresa no projeto, o biossensor eletroquímico desenvolvido na oportunidade do SESITECH 2019 para detecção do câncer de mama atingiu maturidade tecnológica 6. Foi testado em amostras reais de pacientes, com apoio do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Erasto Gaertner, utilizando um biomarcador associado a um tipo de câncer agressivo, com baixa taxa de sobrevida após o tratamento. “O desenvolvimento de testes nesse âmbito é de grande valia, principalmente para o diagnóstico precoce da doença e o monitoramento do progresso da doença durante o tratamento”, explica Camila Peverari.

TECNOLOGIA ACESSÍVEL - Portabilidade, custo mais baixo, agilidade e fácil manuseio por profissionais de saúde. O projeto do biossensor eletroquímico para detecção de câncer de mama busca, acima de tudo, tornar a tecnologia viável para o mercado, auxiliando na tomada de decisão de médicos e levando inovação para as indústrias. No caso da BMR, que já atua na área de saúde, a execução desse projeto dá força ao negócio: “Nos dedicamos às oportunidades de desenvolver inovações com o potencial de facilitar o diagnóstico precoce. É uma grande satisfação, para nós, fazer parte desta pesquisa, que traz uma possibilidade real de tornar precoce – e acessível – o diagnóstico do câncer de mama”, complementa o CEO, Rafael Martinelli.

Ao longo de 15 meses, os cinco pesquisadores do ISI-EQ responsáveis pelo projeto contaram com a infraestrutura que o Sistema Fiep e o Senai no Paraná disponibilizam para a área de inovação. O ISI-EQ tem uma área de Smart Biosensors, com capital intelectual qualificado e experiência em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação para diagnósticos de doenças como o câncer. “Acreditamos que o nosso trabalho pode melhorar a vida das pessoas. Colocar em prática uma ideia com cunho social e de saúde tão importante é muito recompensador. Para que a nossa solução chegue à população, ainda precisará passar por várias outras etapas, mas o que fizemos até aqui já representa uma grande conquista”, conclui a pesquisadora Camila Peverari.




Fonte: g1 / Impacto Notícias

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