Autoras de 'cabide-carta' encontrado em Curitiba são localizadas após 40 anos: 'Na época não tinha Instagram e elas moravam em Lucélia'
Nossa Lucélia - 05.05.2022


Márcia Lopes da Silva Madureira e Marilsa Gasparotto Menini, na época moravam em Lucélia. A peça foi adquirida por empreendedora durante compra em bazar. Autoras disseram que não se lembram de deixar mensagens no item, mas que ficaram felizes com recordação encontrada

CURITIBA/SÃO PAULO/LUCÉLIA - Duas autoras do misterioso cabide-carta encontrado em Curitiba foram localizadas no final de abril, quase 40 anos após escreverem na peça. Elas disseram que tudo não passou de uma brincadeira de adolescentes.

Entenda a história abaixo.
A peça foi encontrada em março deste ano pela empreendedora Graziela Mendes dentre duzentos cabides comprados em um bazar para equipar o brechó do qual ela é proprietária na capital.

O objeto veio escrito, de um extremo ao outro, com mensagens de quatro mulheres diferentes. E a partir daí começaram as "buscas" de Graziela.

Por enquanto, duas autoras foram localizadas: Márcia Lopes da Silva Madureira e Marilsa Gasparotto Menini, que inicialmente foi identificada como Marília. Isso porque, na assinatura deixada por ela no cabide, um pouco da tinta da caneta apagou com o tempo e dificultou a leitura.

"Localizei Márcia e Marilsa, e conversei apenas com Márcia e com a irmã da Marilsa. Gostaria muito de encontrar com elas, de levar o cabide, e, então, se elas permitirem, gostaria de ficar com ele como relíquia. Mas gostaria que elas o tocassem novamente", contou Graziela.

Atualmente, Márcia e Marilsa têm 55 e 53 anos, respectivamente. Quando escreveram as “cartas”, elas contaram que tinham 15 e 13 anos.

As mensagens foram escritas por elas durante um retiro espiritual em Ibiúna (SP). As duas, entretanto, moravam em Lucélia, também em São Paulo.

Márcia contou que ficou surpresa quando leu a notícia do g1 revelando que o cabide tinha sido encontrado. Ela recebeu o link da reportagem por uma colega de trabalho. Depois, conseguiu o número de Graziela e entrou em contato.



"Eu estava sentada tomando café na hora que eu recebi a reportagem de uma colega que perguntou: 'O Márcia, você escrevia em cabide?' [...] Eu preciso ser sincera e falar que eu não me lembro de ter feito isso, mas quando eu percebi que era eu, eu até chorei na hora que eu reconheci a letra e o endereço de quando eu era solteira [...] Já ri muito com isso, meu celular não parou desde que a reportagem saiu", contou Márcia.

Márcia disse que não se lembra de ter escrito no objeto, e só percebeu que ela era uma das personagens da história porque reconheceu a própria letra e, também, porque na foto publicada do cabide, conseguiu ler o próprio endereço que anotou na mensagem, datada em 06/09/1982.

Veja as cartas mais abaixo.


Marilsa, professora aposentada, disse que viu a notícia em um grupo que reúne moradores de Lucélia. Inicialmente ela não percebeu que a reportagem falava dela, uma vez que Marilsa foi referenciada erroneamente como Marília.

Quem percebeu que Marília, na verdade, era Marilsa, foi a irmã dela, ao aproximar a imagem do cabide e identificar o endereço.

"Foi uma surpresa. Volta na cabeça da gente momentos assim, que a gente viveu na época. Volta a lembrança da participação nestes grupos, coisas assim que eu não pensava há muito tempo", disse Marilsa.

Além de Márcia e Marilsa, outras duas mulheres também assinaram o cabide: Suzi, na mesma data que as duas autoras encontradas, e Rita, que foi a primeira a assinar o cabide, em 1981.

Quanto a Rita, elas dizem que não sabem quem é. No caso de Suzi, elas tinham uma suspeita, fizeram contato, mas não conseguiram confirmar a autoria.

POR QUE ESCREVERAM NO CABIDE - Apesar de não se recordarem do momento em que escreveram as “cartas” no cabide, Márcia, que ainda mora em Lucélia, e Marilsa, que atualmente vive em Sumaré, são unânimes quanto ao motivo de terem deixado as mensagens: uma brincadeira de adolescentes.



“Eu acredito que nós fomos induzidas pela brincadeira da outra [Rita], por termos visto a mensagem dela, eu acho que isso nos levou a também fazer uma mensagem. Foi tipo uma corrente, uma deixou e a outra também quis deixar a marca”, deduziu Marilsa.

Márcia brincou que aquele foi o jeito delas se comunicarem, já que, na época, não existiam redes sociais.

“Não tinha Facebook, não tinha Instagram na época [...] Foi a nossa forma de deixar uma mensagem. Apesar de ter escrito pra mandarem cartas pra mim, não me lembro de ter recebido".

VEJA AS 'CARTAS' ESCRITAS POR MÁRCIA E MARILSA EM 1982:

“Aqui é sua amiga Márcia, de Lucélia, do retiro espiritual de 06/09/1982. Quem usar esse cabide, por favor, mande-me um cartão ou carta para a Rua...”.
“Aqui deixo meu nome, Marilsa... Mande uma carta para meu nome. Endereço...”.

NOVAS AMIZADES

Revelado o mistério do cabide, a empreendedora de Curitiba avalia que fez novas amizades.

Inspirada pela história, ela disse que pretende incentivar os clientes do brechó a também escreverem “cartas” nos cabides do empreendimento que é proprietária, em um espaço colaborativo no bairro São Francisco.



"Vou lançar essa ideia de cabides como cartas, quem quiser pode deixar o contato ou deixar uma mensagem assinada, para que outras pessoas o leiam e se inspirem".

Relembre o caso: Dona de brechó encontra cabide utilizado como 'carta' em 1980 e procura autoras: ‘É como aquelas garrafas no oceano’


Fonte: Caio Budel e Silvana Ukachenski, g1 PR e RPC Curitiba

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