Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu fazem paralisação
Nossa Lucélia - 07.06.2021
A partir desta segunda-feira (7), somente os atendimentos de urgência e emergência estão mantidos. Trabalhadores cobram medidas para a manutenção dos empregos diante da possível saída da Organização Social de Saúde (OSS) que administra o local
PACAEMBU - Os funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu iniciaram, nesta segunda-feira (7), uma paralisação e somente os atendimentos de urgência e emergência foram mantidos.
De acordo com uma das organizadoras do movimento, a enfermeira Fabiana Amorim Tito, o motivo foi o anúncio no final da semana passada sobre o desligamento dos 42 funcionários do local daqui a três meses.
Conforme a enfermeira, a Organização Social de Saúde (OSS) que administra a unidade, estaria com uma alta dívida, o que causa um bloqueio no cadastro da entidade e na movimentação financeira e trabalhista. Por isso, a previsão de somente mais três meses de trabalho.
O problema de irregularidades foi exposto com a operação Raio X, em setembro de 2020, que teve por objetivo desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde, mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais.
Um dos locais investigados foi a Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu.
"Queremos com a paralisação uma solução definitiva para o nosso caso. Se a Santa Casa fechar, ficaremos sem empregos e a população não terá atendimento porque aqui é o único hospital. O mais próximo fica em Adamantina", afirmou.
Atualmente, ainda de acordo com Fabiana, são 42 funcionários. Ela também disse que o hospital conta com 32 leitos, que estão desocupados, e seis leitos exclusivos para pacientes com Covid-19.
A enfermeira salientou que o serviço será feito parcialmente até que uma solução definitiva sobre como vai ficar a situação dos funcionários seja informada. "Queremos uma solução imediata. Não conseguimos esperar esses três meses que deram. A gente não sabe nem se vai receber o que temos por direito", pontuou Fabiana.
POSSÍVEIS SOLUÇÕES - O G1 conversou com o prefeito de Pacaembu, João Francisco Mugnai Neves (PL). Ele informou que o município está ciente da paralisação e explicou qual a relação do Poder Executivo com a Santa Casa de Misericórdia.
"Nós temos um termo de colaboração para a prestação de serviço de Pronto-socorro. Nosso repasse está em dia. A subvenção é de R$ 134 mil para o Pronto-socorro e ainda tem R$ 49 mil de pactuação do Sistema Único de Saúde [SUS] por causa dos atendimentos de média e alta complexidade", explicou.
O prefeito também enfatizou que a Prefeitura não tem a gerência do hospital. "Estão caindo ações contra a associação que gerencia a Santa Casa, a dívida gira em torno de R$ 100 milhões. Eles estão caminhando para não ter mais a certidão negativa e sem a certidão negativa, o município não pode contratar o serviço", falou.
Neves destacou que entende a posição dos funcionários, já que o país vive um momento de difícil. "Estamos estudando um meio para não parar o serviço público, ainda mais no meio de uma pandemia. A Prefeitura está dando apoio, aumentou a subvenção e estamos tentando achar uma solução junto ao Ministério Público", relatou.
O chefe do Poder Executivo ainda enfatizou que uma das possíveis soluções seria a Prefeitura assumir os serviços do Pronto-socorro. "Mas é preciso tomar cuidado para que o município não fique com essa dívida da OS, ela é muito alta e não podemos colocar o município em risco", falou.
Por fim, Neves afirmou que a população não vai ficar sem atendimento. "Eu quero deixar a população tranquila. Não vai deixar de ter o serviço 24 horas", finalizou ao G1.
OUTRO LADO - Por telefone, a Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu informou ao G1 que não vai se manifestar no momento e que "somente a voz dos funcionários e suas reivindicações devem ser ouvidas".
Fonte: G1 Presidente PrudenteVoltar para Home de Notícias
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