Lucélia, uma biografia
Nossa Lucélia - 24.06.2020


Como surgiu o nome Lucélia? Vem do latim ou da família do fundador?

LUCÉLIA - Capital da Amizade, eis o jargão que marcaria ao município de Lucélia. Para alguns o nome da cidade significa “Luz do Céu” que teria origem na expressão em Latim, Lux Caelicus, para outros, a junção do nome do fundador, Luiz Ferraz de Mesquita estaria sintetizado na sílaba inicial da cidade, Lu. Já sua esposa, Cecilia, corresponde ao Ce, e o Lia é o sufixo de outras tantas urbes.

A fazenda que Mesquita recebeu à margem sul do rio do Peixe como forma de pagamento pelos serviços de agrimensura, localizava-se onde outrora habitavam povos indígenas, foi loteada por volta de 1928 em dezenas de sítios de dez alqueires e vendidos pela “Empresa Colonizadora Nicolau Dachoff” para grupos de imigrantes eslavos originais do sudeste do antigo Império Russo, que formaram o bairro rural que ficou conhecido como colônia Balisa. E também para imigrantes alemães, húngaros e suíços que construíram a colônia Paulista, além dos muitos migrantes nordestinos que seguiam rumo ao oeste do estado junto à marcha dos cafezais.

Com o passar do tempo os migrantes e imigrantes viram na chegada da ferrovia uma bela oportunidade de ascensão social na zona urbana. O comércio local ganhava escala e a Companhia Paulista de Estrada de Ferros (C.P.E.F) gerava empregos em larga escala, eis que a cidadela se divide entre a produção de café e algumas culturas basilares para a subsistência na zona rural e as atividades cada vez mais cosmopolitas da urbe.

No ano de 1944, de forma muito curiosa, por meio de um só decreto, o até então povoado torna-se no mesmo dia distrito, município e comarca regional, um feito que exemplifica bem a nós, brasileiros, como homens cordiais, passionais, como sugere a obra de Gilberto Freyre, “Casa Grande & Senzala”, pois o responsável por sancionar tal lei, o governador do estado, Ademar de Barros, tinha vínculos familiares com o fundador.

Os ideais de grandiosidade marcavam a cidade neofundada na década de 1940, havia o projeto de que a cidade se tornasse uma metrópole no futuro. Obras faraônicas marcavam construções públicas e privadas como forma de materializar os anseios de seus precursores. Situada entre os rios Peixe e Aguapeí, pontos do município como o Salto Botelho tornaram-se parâmetros regionais de contemplação das belezas naturais lucelienses.

Café, algodão, amendoim e mamona eram símbolos das terras d'onde no passado habitavam os indígenas coroados. A colônia japonesa na cidade crescia exponencialmente com imigrantes ou filhos deles, quase sempre oriundos de Kumamoto, no Japão. Italianos do norte da península também chegaram aos montes, estampando seus nomes nos letreiros dos comércios locais. Além dos portugueses, como Flora e seu Albano dos Santos Alves, ex proprietário do restaurante Capri, responsáveis por trazer as primeiras pizzas à região, dentre outros tantos pratos, como os saudosos queijos russos outrora comercializados pelos Lukianchuk.

A igreja matriz, cuja luz pode ser vista a quilômetros de distância parece tal como um farol, a guiar os carros que percorrem a rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, assim como a cidade de Lucélia guiou nas primeiras décadas da colonização o desenvolvimento de toda a região.

Caminhar por Lucélia é, sem sombra de dúvidas, viajar no tempo, é acessar ao âmago do desenvolvimento regional. Construções grandiosas com sua arquitetura típica das décadas de 1940 e 1950 contrastam com o novo, o moderno. Nesse ano, completa-se setenta e seis anos da emancipação política local, de lá para cá muita coisa mudou: arquitetura, vestimentas, mobilidade, educação, lazer, cultura dentre outras tantas coisas. O ano de 2020 é ano eleitoral, o que diante de tantas histórias e estórias nos leva a refletir “O que desejamos à política de nossa amada Lucélia, mudança ou a preservação do mórbido status quo?

Por: Prof. Historiador Victor Hugo S. Souza




Fonte: Marcos Vazniac

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Lucélia - A Capital da Amizade
O primeiro município da Nova Alta Paulista