Por falta de escolta pai preso em Flórida Paulista perde enterro de filho morto em Suzano
Nossa Lucélia - 15.03.2019


Filho de detento foi uma das vítimas fatais do massacre em escola de Suzano, nesta semana

FLORIDA PAULISTA - Um detento que cumpre pena na Penitenciária de Flórida Paulista, pai de uma das vítimas fatais do massacre ocorrido na última quarta-feira (13) em uma escola de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, não pôde ir ao enterro do filho por falta de escola.

Segundo o UOL, Douglas Leandro Clizesqui não via o filho Douglas Murilo Celestino de 16 anos, há mais de nove anos. O adolescente foi um dos cinco estudantes da Escola Estadual Raul Brasil morto no massacre ocorrido na manhã da quarta-feira (13). Seu corpo foi velado em uma escola evangélica e sepultado na tarde desta quinta-feira (14).

O UOL informou que o pai do menino teve a saída autorizada, mas a escolta exigida para o transporte de presos não foi liberada a tempo. O percurso entre Flórida Paulista e Suzano, de 645 quilômetros, exigiria cerca de 8 horas de viagem. Ao UOL, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que a "escolta não foi realizada por falta de condições operacionais". Ainda de acordo com a SAP, "todas as medidas administrativas foram tomadas para realização do transporte do sentenciado ao velório. Porém, a confirmação do parentesco somente ocorreu às 8h da manhã de ontem, quinta-feira (14), pois não havia parentes cadastrados no rol de visita do preso, o que dificultou o processo".

Ao UOL, a família reclamou do não atendimento ao pedido. "A nossa luta foi para trazer ele para ver o filho, mas as autoridades, neste momento tão difícil, não fizeram nada. O meu irmão está desesperado", disse Sandra Aparecida Leandro, tia de Douglas Murilo, durante o velório do adolescente.

CRÍTICAS - Durante o velório, familiares criticavam o Estado pela falta do pai. "Ele está pagando pelo que fez de errado. Mas as autoridades não ajudam as famílias. Ninguém se mobilizou para trazê-lo", disse Sandra ao UOL.

Segundo informou o site, Douglas foi condenado em 2003. Saiu sob condicional em 2008, mas foi preso novamente em 2010 e cumpre pena em Flórida Paulista por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

Nas conversas entre presentes no velório – diz o UOL - era possível ouvir questionamentos sobre a diferença de tratamento dada a Douglas e ao ex-presidente Lula, que viajou sob escolta da Polícia Federal de Curitiba a São Bernardo no início do mês para o enterro do neto.



A liberação, nesses casos, é prevista no artigo 120 da Lei de Execução Penal que permite a saída da prisão em casos de falecimento ou doença grave de cônjuges ou familiares de presos.

ESTUDANTE ESCAPOU, MAS VOLTOU PARA AJUDAR A NAMORADA - Segundo o G1, Douglas Murilo Celestino estava matriculado desde 2014 na escola, onde cursava o 2º ano do ensino médio. Também cursava o 5º estágio de espanhol no centro de línguas do colégio.

Ele conseguiu sair da escola durante o massacre, mas voltou para ajudar a namorada, Adna Bezerra, também de 16 anos. Foi socorrido e levado ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, mas não resistiu.


Fonte: Sigamais | Com informações do UOL e G1

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