Pesquisadores da UFSCar estarão em Lucélia conhecendo a História da cidade
Nossa Lucélia - 23.02.2019
Visita visa aproximação dos pesquisadores de São Carlos com pesquisadores locais que investigam a imigração estrangeira na região
LUCÉLIA - Quatro pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, estarão nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, na cidade de Lucélia. O motivo da visita dos pesquisadores de São Carlos (SP) é pela presença de imigrantes eslavos oriundos da Bessarábia, que no passado, fundaram a colônia Balisa, e da existência de um núcleo alemão, com algumas famílias teutas e alemãs na atual colônia Paulista.
Estarão em Lucélia os seguintes pesquisadores:
Dra. Svetlana Ruseishvili- Professora Adjunta do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Pesquisadora da imigração russa e eslava no Brasil. Em sua tese de doutorado (USP, 2016) analisou a presença de imigrantes russos na cidade de São Paulo na primeira metade da década de 1920. Organizadora da página "Imigração russa no Brasil" no Facebook.
A Dra. Patrícia Bosenbecker - pós-doutoranda no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Desenvolve pesquisas sobre a colonização no Brasil, especialmente sobre imigrantes alemães e colonização privada.
O Prof. Dr. Oswaldo Mario Serra Truzzi - Professor Titular do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Coordenador do projeto de pesquisa "Percursos histórico-sociais na incorporação de imigrantes no oeste paulista (1880-1950)". Autor de livros "Italianidade no interior paulista" (Ed. UNESP, 2016), "Patrícios: sírios e libaneses em São Paulo" (2 ed. UNESP, 2009), entre outros.
A Profa.
O João Pedro Volante - mestrando no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.
A visita à Lucélia visa aproximar os pesquisadores de São Carlos, dos colegas pesquisadores locais que investigam a imigração estrangeira na região. Enquanto a presença dos italianos, portugueses e espanhóis no interior de São Paulo é amplamente contemplada pelos estudos historiográficos e sociológicos, outros grupos de imigrantes ainda permanecem desconhecidos. Entre esses, oriundos dos territórios do ex-Império Russo, como bessarábios, letões, russos, búlgaros e outros. A visita tem como objetivo mapear as fontes disponíveis para a investigação, como documentos, imprensa, relatos biográficos, etc. e estabelecer diálogo com os estudiosos do tema em Lucélia e na região.
Em Lucélia haverá reuniões com os pesquisadores e farão visitas aos locais relacionados à imigração de eslavos e germânicos.
Em Adamantina, a convite da Professora Izabel Castanha Gil, do Centro Universitário de Adamantina (UniFai), os pesquisadores irão participar de uma conversa com estudantes do curso de História.
“Investigar a colônia Balisa nos permite desenvolver reflexões muito importantes para as ciências sociais e históricas. Isso porque o surgimento da colônia data de uma época de significativas mudanças no Brasil e no estado de São Paulo. A colônia foi formada na época em que as relações de trabalho vinculadas à cafeicultura estavam sofrendo grandes modificações com a crise do regime de colonato, a baixa dos preços do café e a diminuição dos fluxos migratórios destinados à lavoura nas plantações. Além disso, a população que veio a habitar a colônia era de origem pouco comum para as terras paulistas: vinda da Bessarábia, uma região devastada pela guerra civil russa e pelas disputas territoriais entre Romênia, Polônia e a recém-formada União Soviética.”, explica a Profª. Svetlana Ruseishvili.
Aos poucos a memória de Lucélia que até então despertava dúvidas, questionamentos e era encarada com algum ceticismo, está ganhando contorno nacional. Os frutos da visita dos pesquisadores da UFSCar serão revelados em tempo oportuno.
O interesse pelo passado de Lucélia está despertando a cobiça de pesquisadores do Brasil e do exterior, que prometem garimpar o passado do município em futuras visitas.
Fonte: Marcos Vazniac
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