Médico do Santos F.C. pede demissão e critica contratação do atleta Felippe Cardoso, do Osvaldo Cruz F.C. que teria lesão crônica
Nossa Lucélia - 11.11.2018


Carlo Alba ataca modelo do departamento do clube e negociação com atleta que, desde setembro, jogou 20 minutos pelo clube

SANTOS - O médico ortopedista Carlo Alba enviou uma nota à imprensa dizendo ter pedido demissão do Santos na última quinta-feira por, entre outros assuntos, divergências com Jorge Merouço, chefe do departamento médico.

Procurado pelo GloboEsporte.com, o presidente José Carlos Peres afirmou desconhecer o pedido. O clube se posicionou via nota oficial:

“O Santos Futebol Clube declara para os devidos fins que não se manifesta a respeito de reestruturações, demissões ou demais questões internas. O Clube entende que discussões sobre temas administrativos devem ser tratadas com discrição e total profissionalismo. Tal procedimento atende aos critérios impostos pelo Clube desde o início da gestão vigente”.

Alba participou de um programa de TV em Santos na última quinta-feira, onde deixou clara sua insatisfação com Merouço. Ele criticou a contratação de Felippe Cardoso, que chegou ao clube em setembro. O jogador sofre com uma pubalgia crônica anterior à transferência pra a Vila Belmiro.

Mesmo assim, foi aprovado nos exames médicos antes de assinar com o Santos. Desde então, entretanto, ele só atuou por 20 minutos contra o São Paulo e voltou a sentir o púbis.

“Meu viés não é político e sim técnico. Como podem colocar um coordenador médico (Jorge Merouço) ganhando R$ 40 mil, CLT, sem nenhum título de especialista. E o pior, médicos também sem título de medicina esportiva, sem comprometimento nenhum ao clube”, disse, em entrevista à TV Santa Cecília.

Alba também criticou o que chamou de "rodízio" dos profissionais do departamento médico do Santos, que precisam se dividir entre os atletas do profissional e da base:

“Outra pergunta: que time do Brasil tem rodízio médico entre base e profissional? Isso é política barata que está prejudicando o clube. Medicina é coisa séria, tem que acompanhar o atleta, ter um bom relacionamento com os fisioterapeutas e reabilitar rápido. Foi isso que aprendi em quase 20 anos de medicina esportiva”, afirmou o médico.

A contratação do atacante Felippe Cardoso foi outro ponto de atrito, segundo Alba:

“Você não pode contratar um jogador de três meses de inatividade. Como é que você vai contratar um jogador com uma pubalgia crônica? Ou seja, uma das lesões mais traiçoeiras do futebol. Discute com seu corpo médico... O que somos? Enfeites? Bonecos?”

“Ele (Merouço) tomou a medida, mas não discutiu com ninguém. Quem paga a conta? Ele? Não, o clube. Como pode um médico ir no profissional meio período por semana? Eu sou Santos, não compactuo com isso e prefiro sair. Presidente foi avisado”, completou.

A reportagem procurou Jorge Merouço, chefe do departamento médico do Santos, que não respondeu aos contatos.

CUCA LAMENTA SAÍDA DO MÉDICO CARLO ALBA - O técnico do Santos, Cuca, se manifestou sobre as declarações de Alba em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

“Não esperava essa demissão, fiquei sabendo ali dentro que foi num programa de TV e expôs algumas coisas. Coisas que ele pensa e não é o que pensamos às vezes. Santos tem um grande departamento médico, com questões discutidas, tantos médicos, enfim. Internamente se resolve.”

O treinador defendeu os profissionais médicos do clube:

“São bons profissionais, estou acostumado e esses não devem nada. Fisioterapia é muito boa em todos os sentidos. Infelizmente não houve ajuste entre Alba e Merouço. Pode ter sido pivô de tudo isso. Merouço é muito experiente, com apreço de todos. Num momento de cabeça quente ele expôs o pensamento e faz parte”.

VEJA A NOTA DIVULGADA POR CARLO ALBA - "Caro presidente Peres, escrevo isso com muita tristeza. Esperava um departamento médico forte com qualidade, hoje temos seis médicos e apenas eu com titulação em medicina esportiva. Rodízio médico? Nunca vi isso em clube algum, eu como santista de raiz, inclusive devolvendo uma quantia considerável ao clube, não compactuo com o que vejo no clube. Falta de ética, de harmonia, de comprometimento. Hoje é nítido isso no clube na área médica. Um péssimo ambiente entre médicos e fisioterapeutas que tentei ajudar, mas sem sucesso e o alertei algumas vezes. Medicina de futebol é diferente. Os médicos têm que ter experiência, rodagem, humildade, currículo. Hoje temos vários atletas na base que sofrem. Medicina é uma arte que tem que acompanhar. É inadmissível um profissional ir meio período no grupo principal e fazer jogos. Isso não existe, não cria vínculo algum com os jogadores e muito menos com a comissão técnica, que muitos nem sabem o nome. Enfim, não sou o dono da verdade, mas não compactuo com isso. Médicos que trabalham no profissional têm que ter titulação em Medicina Esportiva e bagagem. Enfim, vou cumprir o meu contrato e volto para o Conselho! Volto para a arquibancada, fiz a minha parte e o alertei sobre isso sem sucesso".


Fonte: Arthur Faria* e Gabriel dos Santos _ Globo Esporte.com

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