Adamantina na pauta do Fantástico: quadrilha queria extorquir secretaria de educação
Nossa Lucélia - 09.02.2017


Operação prendeu 31 pessoas que fizeram vítimas em oito Estados e no Distrito Federal


ADAMANTINA - A cidade de Adamantina foi alvo de uma tentativa criminosa de extorquir prefeituras, por uma quadrilha organizada que atuava em oito estados, além do Distrito Federal.  A atuação os marginais foi alvo de uma operação conjunta entre as polícias civis de São Paulo e Mato Grosso, realizada no final de janeiro passado.

Na prática, os bandidos se passavam por auditores e tentavam extorquir prefeituras, em especial as secretarias de educação. Em Adamantina, a então Secretária Municipal de Educação, Ângela Soares, foi alvo dessa tentativa, no ano passado. Hoje (8), Ângela foi entrevistada por uma equipe de reportagem do Fantástico (Globo), sobre o tema.

A equipe esteve em Adamantina na tarde desta quarta-feira, onde o jornalista Maurício Ferraz entrevistou a ex-secretária, com produção do jornalista Evandro Siqueira.

COMO FOI O GOLPE EM ADAMANTINA - Ao SIGA MAIS, a ex-Secretária Municipal de Educação Ângela Soares explicou sobre a atuação dos marginais, e como foi abordada. Ela contou que estava na Secretaria de Educação e o telefonema foi recebido em 16 de novembro passado, de um homem que se dizia estar em Adamantina, se apresentando como sendo do Ministério Público, e que precisaria realizar uma fiscalização em escolas da cidade.

No contato, o homem disse que estava no Fórum da cidade, e que precisaria de motorista e alguém para acompanha-lo, na visita ás escolas. Da maneira como houve a abordagem, Ângela se viu na disposição de atender seu pedido, quando o homem solicitou os nomes e CPF dos funcionários que iriam acompanha-lo. E disse que retornaria a ligação dez minutos depois.

Passado esse tempo, segundo Ângela, o homem retornou e pediu para conversar com o motorista quer iria acompanha-lo, onde se mostrou bastante articulado e disse que precisaria realizar recarga no celular, para transmissão dessas fotos. E orientado pelo golpista, que se passava por representante do Ministério Público, foram realizadas 14 recargas de R$ 100 cada, totalizando R$ 1.400,00. O golpista ligava e passava os números para os quais deveriam ser feitas as recargas.

Desconfiando tratar-se de golpe, foi acionado um representante do Ministério Público local, que destacou a conduta como não oficial do órgão e recomendou a elaboração de um boletim de ocorrência. A partir daí o caso local, vivido em Adamantina, passou a compor o conjunto de casos, semelhantes, registrados na região, e que foi objeto da investigação realizada pelas polícias civis de São Paulo e Mato Grosso. 

A AÇÃO CRIMINOSA - A investigação sobre essa ação criminosa foi deflagrada há quatro meses pela Polícia Civil de Presidente Venceslau, que identificou o envolvimento de 31 pessoas, das quais 8  estavam em presídios de Mato Grosso, de onde praticavam golpes fazendo vítimas em oito Estados e no Distrito Federal.

O mais recente desfecho do trabalho policial foi em, 31 de janeiro passado, envolvendo a Polícia Civil do Estado de São Paulo e a Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, com a operação batizada de “Adrenalina”, que foi à campo com a finalidade de desarticular  organização criminosa composta por 31 pessoas, sob controle de detentos de presídios de Cuiabá (MT) e Rondonópolis (MT), que praticam estelionatos, extorsões e lavagem de capitais, por meio de  organização criminosa, cujos crimes consistem em quatro principais tipos de condutas – falso diretor clínico de Hospital contra parentes de pessoas internadas em UTI's; falso membro do Ministério Público Federal em fiscalização a Prefeituras, falso sequestro, falso parente em apuros, dentre outros.

Segundo nota conjunta distribuída à imprensa pelas polícias civis de São Paulo e Mato grosso, a operação deflagrada no dia 31 de janeiro empregou 80 policiais civis (15 delegados de polícia e 65 investigadores, escrivães e agentes policiais)  e 25 viaturas das polícias civis dos dois Estados para o cumprimento de 35 mandados, sendo 14 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, todos no Estado do Mato Grosso (Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Cáceres e Campo Verde).

Diz a nota conjunta que os trabalhos mobilizaram os serviços de inteligência do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior - DEINTER 8 de Presidente Prudente que identificou, por meio de análise de metadados, um significativo aumento dos registros desse tipo de ocorrências no interior de São Paulo, do que resultou determinação para o início das investigações para o completo esclarecimento.

A nota conjunta destaca ainda que a operação realizada no final de janeiro representa intensa atuação conjunta das policiais civis e, além da produção de provas para o avanço das investigações, tem por objetivo principal a interrupção da incessante prática criminosa que, somente nos últimos quatro meses, lesou mais de 800 pessoas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso do Sul e também no Distrito Federal.

INQUÉRITO FOI CONCLUÍDO NESTA QUARTA-FEIRA- A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau concluiu na tarde desta quarta-feira (8), o Inquérito Policial nº 188/2016 que ensejou a deflagração da operação policial Adrenalina. A informação é do - DEINTER 8.  Além da representação pela conversão das 14 prisões temporárias em preventivas, representou-se pelas prisões preventivas de outras duas pessoas, identificadas durante a análise dos documentos realizada pelos policiais civis analistas. O prazo de encerramento das prisões temporárias vence nesta quinta-feira (9), e um esforço conjunto e em equipe de policiais civis da região possibilitou a análise de todo o material apreendido e conclusão das investigações tempestivamente.

Segundo o DEINTER, o material produzido será encaminhado para as Delegacias de Polícia do Estado de São Paulo e Policiais Civis dos demais Estados e do Distrito Federal para instrução das investigações em andamento, relacionado às demais vítimas identificadas na operação. O relatório contém representação à Justiça pela decretação de 16 prisões preventivas. 

POLÍCIA CIVIL FAZ ORIENTAÇÕES - Diante das provas e forma de agir dos criminosos, a Polícia Civil do Estado de São Paulo elabora orientações e cuidados básicos para que a população possa estar preparada para responder de forma adequada a eventual abordagem criminosa. Veja as dicas da Polícia Civil do Estado de São Paulo:

GOLPE DO MÉDICO DE UTI - Desconhecido se identifica pelo telefone como sendo diretor clínico de Hospital;
-Normalmente não dispõe de conhecimento técnico científico sobre tratamentos médicos e, por isso, menciona exames absurdos.
-trabalha com a fragilidade da família que tem um parente internado.

COMO EVITAR - Desconfie de qualquer pedido de dinheiro pelo telefone proveniente de Hospitais. Contrate eventuais exames diretamente em uma clínica ou hospital.
-Em caso de telefonema procure confirmar os nomes de todo o corpo clinico e retorne imediatamente a ligação para o Hospital pelo número do telefone que você dispõe, nunca ao número fornecido pelo interlocutor.
-Não deposite quantias em contas de desconhecidos.

FALSO REPRESENTANTE DO MPF - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL OU CGU - CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO -As vitimas são Secretários de Educação de Municípios;
-Interlocutor se identifica como sendo membro do MPF ou da CGU;
-Normalmente não dispõem de conhecimento técnico jurídico ou contábil sobre eventuais convênios do Município e, por isso, conta com as informações da própria vítima e dos funcionários da pasta.
-trabalha com a hipótese de que a fiscalização causará algum tipo de prejuízo às vítimas.

COMO EVITAR -Desconfie de qualquer fiscalização por meio de telefone;
-Em caso de telefonema procure confirmar os nomes dos funcionários e entre em contato com o responsável pelo órgão ou instituição;
-Lembre-se que funcionários públicos não podem solicitar ou exigir dinheiro;

FALSO SEQUESTRO - -Desconhecido se identifica como sequestrador;
-Não sabe com quem está falando e não dispõe de qualquer informação.

COMO EVITAR -Mantenha a calma e não mencione nome de qualquer familiar que você imagina ser a vítima;
-Em caso de telefonema procure ganhar tempo e entre em contato com o familiar.
-Nunca deposite quantias em contas de desconhecidos.
-Não acredite que ele está lhe observando. Na verdade o golpista sequer sabe chegar a sua cidade.


Fonte: Do Sigamais

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