Homem que perdeu irmão relata como ocorreu tratamento em Santa Casa
Nossa Lucélia - 31.01.2016


ADAMANTINA - O adamantinense Edson de Souza está indignado com a 'falta de consideração' com que seu irmão, Elias de Souza, de 34 anos, que faleceu por pancreatite no último dia 23, foi tratado na Santa Casa de Adamantina.

O homem relatou os dias de aflição que passou dentro do hospital, durante a audiência pública da saúde realizada na tarde da última quinta-feira, 28, na Câmara Municipal causando indignação nas pessoas que estavam presentes, inclusive para o diretor administrativo, Jairo Gonçalves do Nascimento.

O homem conta que foi com seu irmão três vezes a Santa Casa até que conseguisse atendimento no dia 19, já que seu irmão reclamava de dores na barriga e estava há quatro dias sem evacuar. “Quando conseguimos atendimento, o médico nem sequer pediu um exame ou tocou no meu irmão. Disse apenas que ele estava com gases e receitou um remédio”, explicou.

Os irmãos voltaram pra casa, mas Edson estava preocupado e suspeitava que seu irmão tinha algo mais grave e resolveu procurar o médico novamente na Santa Casa.

Depois de muita insistência, conforme relatou, ele conseguiu contato com o médico novamente e 'implorou' para fazer uma 'lavagem'. “Depois de fazer este procedimento meu irmão começou a vomitar sangue e vomitar fezes, até que o pessoal começou a perceber que a situação não era tão simples como eles imaginavam. Meu irmão foi medicado, então eles chamaram o médico particular para vê-lo, mas mesmo pagando para o médico vir até a Santa Casa fiquei até as 3h esperando e ele não veio, então fui embora e voltei às 7h e o meu irmão ainda estava no pronto socorro e o médico ainda não tinha chegado”, contou.

Preocupados com a situação e sem obter uma resposta clínica, a família teve a iniciativa de pedir ao médico para fazer uma tomografia e como o aparelho da Santa Casa estava quebrado, eles buscaram fazer o exame em uma clínica particular em Osvaldo Cruz, que custou a eles R$ 550, enquanto que em Adamantina, na clínica indicada por profissionais do hospital, o exame custava R$ 1.190,00. “Uma diferença enorme de valor”, completou.

“Quando conseguimos entregar o laudo para o médico ele nos informou que o caso era grave e que o Elias estava com pancreatite. Fiquei preocupado e questionei o médico: como pancreatite se até agora vocês só diziam que meu irmão estava com gases?”, relatou.

Somente quatro dias depois, na manhã do sábado, Elias foi internado em leito de UTI, mas veio a óbito no mesmo dia. O caso foi relatado durante a audiência pública, na presença do diretor administrativo da Santa Casa, Jairo do Nascimento, que se solidarizou com o que ocorreu. Na ocasião, ele pediu que o rapaz relatasse o fato por escrito e com detalhes, para que ele pudesse tomar providências.

“Eu não quero dinheiro, mas sim que esse fato não se repita mais com nenhum cidadão”, disse ele.

Elias faleceu na Santa Casa de Adamantina no sábado, 23 de janeiro. Ele não tinha filhos, mas cuidava da mãe já idosa. O velório e sepultamento ocorreram no domingo, 24.


Fonte: Estela Mendes _ Do Portal Regional

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