População luceliense avalia atuação dos vereadores
Nossa Lucélia - 10.05.2015
LUCÉLIA - A política sempre foi o assunto principal de Lucélia. Entre apaixonados por bandeiras ou figuras do poder e racionais que analisam a situação de forma crítica, o tema gera inúmeras discussões em redes sociais e ruas da cidade. Tanto o Executivo quanto o Legislativo são cobrados por eleitores que exigem melhorias no município.
Visando analisar o contexto político de Lucélia, o Jornal Impacto ouviu moradores sobre o que pensam da atuação dos vereadores e se eles cumprem o papel de representantes da população. O jornal também pesquisou todos os projetos de lei, indicações e requerimentos feitos pelo Legislativo.
O presidente da Câmara, Valdemir Uemura (DEM), apresentou 2 projetos de lei, 38 indicações e 10 requerimentos. A vereadora Angela Iura (PV) fez 81 indicações, 45 requerimentos e 1 projeto de lei. Antônio Carlos Rios (PSD) expôs 41 indicações e 1 requerimento. Fágner Vinicius Bussi (PSDB) enviou 4 projetos de lei, 60 indicações, 14 requerimentos.
A vereadora Ivone Pernomian (PSDB) encaminhou 4 projetos de lei, 15 indicações e 5 requerimentos. João Armando Agra (PTB) mandou 1 projeto de lei, 22 indicações e 3 requerimentos.
O vereador Julio José Moreno (PSDB) realizou 4 indicações e Valdecir da Sabesp (PSDB) 32 indicações e 4 requerimentos. E Moacyr Pacheco Duarte (PT) apresentou 2 projetos de lei, 21 indicações e 3 requerimentos, Romildo Bernardo (PT) 1 projeto de lei, 14 indicações e 18 requerimentos e o vereador Ney Roberto Dadamo 3 projetos de lei, 51 indicações e 5 requerimentos.
Grande parte da população desaprova a atuação dos vereadores e há pessoas que reconhecem os trabalhos realizados pelos vereadores. E muitos dos que criticam também não acompanham as sessões do Legislativo. Muitos foram ouvidos e alguns não quiseram ter seus nomes divulgados por serem amigos, parentes e conhecidos dos parlamentares.
Entre os que se manifestaram, Jean Mendes Goes diz que é um cidadão que acompanha política e procura sempre assistir as sessões e conversar com vereadores. “Vejo que muitos se empenham em buscar melhorias para a cidade. Representar significa vestir a camisa, tentar solucionar. Observo críticas e que poucos realmente vestem a camisa, independente de partido. Hoje esperamos mais dos nossos representantes. Na verdade é necessário modificar o pensamento e buscar políticas que venham mudar Lucélia, para que ela seja reconhecida como foi um dia”, declara.
Marcos Rodrigo dos Santos, 35 anos, declara que muitos vereadores, não apenas os atuais, têm uma atuação muito discreta. Mas que apesar de serem discretos fazem um trabalho importante, dentro do que é possível. “ Uns se destacam mais do que outros. Há vereadores preocupados com o município e outros em fazer política, apenas”, afirma. Marcos fala que sempre acompanha o site da Câmara para ver o que está sendo feito pelos vereadores, e acredita que muitas leis e indicações não são muito úteis para a população.
Carlos Gualdiano, 21 anos, diz que não enxerga muita coisa sendo feita por parte do Legislativo. “Eles não discutem com os moradores referentes aos problemas e não acompanham o que está sendo feito em relação aos recapes e obras. Muitos só aparecem em festa”, relata. “Em uma comunidade, eles não podem trabalhar sozinho e precisam deixar partidos de lado para o bem da cidade”, complementa.
Para Murilo Bevilacqua, “o trabalho deles é unidirecional, onde é realizado o mínimo. Eles cumprem suas funções, mas sem um algo a mais e que traga benefícios pra cidade. Vejo muito ego, individualismo e brigas partidárias que enfraquecem o trabalho em uma casa de leis, que tem como principal função trazer benefícios pra Lucélia”. Murilo também acredita que a população está sem rumo e direção do que de fato é a política. “É importante ter conhecimento político para não ficar a mercê daqueles que acariciam os eleitores visando garantir a reeleição”, acrescenta.
Sobre a rejeição de grande parte do Legislativo, o presidente da Câmara, Valdemir Uemura, afirma que particularmente encontrou dificuldades no início do mandato, pois pesou a falta de experiência. “Se a administração municipal for boa, o nosso trabalho consequentemente será facilitado. Não depende apenas de nós; e nosso papel estamos desempenhando”, diz. “Temos que ver também que a população tem que informar sobre as funções dos vereadores e acompanhar as sessões. Em dias polêmicos, em que o assunto beneficia grupos, a casa de leis fica lotada. Já em dias normais, são dois ou três que aparecem”, enfatiza.
Romildo Bernardo destaca que a principal atribuição do vereador é fiscalizar o Executivo. “ Muitos não acompanham as sessões e reuniões e não conseguem avaliar o nosso papel. E isso temos feitos. Há vários requerimentos, alguns em parceria”, ressalta. O vereador João Armando Agra alega que muitos desconhecem os trabalhos realizados à frente da casa de leis e funções dos vereadores. “ O vereador hoje, com o intuito de ajudar a administração municipal, assume responsabilidades que não são suas, como buscar recursos junto a deputados e é isso que vem ocorrendo no município”, assegura.
Agra também pede que a população compareça às sessões e vejam a atuação dos vereadores. As sessões da Câmara de Lucélia são realizadas quinzenalmente, sempre na primeira e terceira segunda-feira do mês.
Fonte: Eduardo Bertin _ GI NotíciasVoltar para Home de Notícias
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