Monitora suspeita de ofender menina deve ser transferida nesta semana
Nossa Lucélia - 11.11.2014


'Só voltará para a creche se não tiver contato nenhum com ela', diz pai. Mulher teria publicado foto de menina com a legenda: 'É você, Satanás?'

TUPÃ - A Secretaria de Educação de Tupã (SP) deve mudar de unidade a monitora de uma creche municipal suspeita de hostilizar uma criança de 4 anos por meio de uma mensagem em um aplicativo de celular. O órgão informou que a transferência deve ocorrer nesta semana. Na mensagem, a foto da menina é acompanhada da legenda: “É você, Satanás?”. O G1 tentou contato telefônico com a mulher nesta segunda-feira (10), mas ela não foi encontrada para falar sobre o assunto. 

De acordo com o órgão, a mulher será encaminhada para uma sede administrativa da Secretaria ou para outra creche. A transferência tem como objetivo manter a menina na unidade onde sempre estudou. Ainda segundo a Secretaria de Educação, um processo de demissão só será possível depois da análise da sindicância aberta na sexta-feira (7), que ainda não tem previsão para ser concluída. 

A monitora trabalha há um ano na creche Cintia dos Reis Oliveira e auxilia o trabalho da professora. Juntas, elas são responsáveis por uma sala com 22 crianças de até quatro anos de idade. Segundo a delegada responsável pela investigação do caso, Cristiane Camargo Braga, a mulher foi notificada e deverá comparecer na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) nesta semana. 

"Todos envolvidos no caso, a monitora, os pais e os funcionários, já foram notificados e a previsão é que todos sejam ouvidos nesta semana para que o inquérito seja concluído o mais rápido possível. Este não é um crime comum porque envolve uma criança em ambiente escolar, cuja pena prevista é de seis meses a dois anos de prisão", afirma Cristiane. 

'SÓ VOLTA SE NÃO TIVER CONTATO' - Em entrevista ao G1, o pai da menina, Eduardo Souza de Oliveira, de 32 anos, afirmou que a filha não voltaria para a escola caso a mulher continuasse trabalhando no local. Ao saber da transferência da monitora, ele alega que pode mudar de ideia e permitir que a menina volte para unidade. 

"Nunca tivemos problemas com a creche, mas ela só voltará se não tiver o menor contato com essa mulher. A minha filha e a minha esposa foram ao psicólogo nesta segunda-feira, já que foi tudo muito traumátco para nós", explica o motorista. Segundo as investigações da polícia, a criança tem estrabismo e a monitora, que é responsável por cuidar dela, teria retirado os óculos da menina e bagunçado o cabelo antes de tirar e publicar a foto.

Eduardo conta que estava trabalhando quando recebeu uma ligação da secretária da Educação para buscar a filha mais cedo na creche. “Estava no trabalho e a minha esposa que soube primeiro. Ela só conseguia chorar, tremia tanto que não conseguia explicar o que estava acontecendo. A minha mulher só conseguiu se acalmar quando conversamos com a delegada. Essa história deixou a gente abalado demais”, diz o motorista, que também é pai de outra menina de 10 anos de idade.

Ele conta ainda que chegou a conversar com a monitora da filha e ela teria dito que tudo não passava de uma brincadeira. “Perguntei se tínhamos feito algo de mal e ela disse que não, que aquilo não se passava de uma brincadeira. Ela chegou a pedir desculpas e disse que gostava muito da menina, mas na minha opinião, não se diz esse tipo de coisa para quem se gosta. É um caso que não tem explicação”, comenta Eduardo.

O pai da criança registrou um boletim de ocorrência. A acusação contra a funcionária foi baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter crianças e adolescentes a situação constrangedora ou vexatória.

Se for condenada, a monitora pode pegar de seis a dois anos de prisão. “Essa professora é desorientada, não sabe o que diz. Se ela não consegue ver o quanto a minha filha é linda e especial, é um problema dela, mas isso não pode ficar impune”, completa Eduardo.

DENÚNCIA PARTIU DE DIRETORA - A diretora da creche municipal foi a responsável por ter denunciado o caso à Secretaria de Educação. Rosimeire Vieira Félix conta que ficou indignada com o caso e por isso denunciou a publicação à Secretaria da Educação, na sexta-feira (7). “Ao falar com as funcionárias de manhã, chamei a atenção pelo uso do celular. Elas me disseram o que estava acontecendo e fui informada que a foto estaria no grupo. Fiquei chocada e na hora entrei em contato com a secretaria para que medidas fossem tomadas. Também ligamos para os pais para que não ficassem sabendo disso por terceiros”, afirma a diretora da creche.

A diretora afirma ainda que foram disponibilizadas pela creche psicólogos e outros profissionais para dar apoio aos pais e à criança. “Isso nos deixa revoltados porque não é o que pregamos como educadores em Tupã. É muito grave usar a rede social como uma arma e denegrir a imagem das pessoas”, diz Rosimeire, que ainda não teve contato com a funcionária.

'ESTÁ ARREPENDIDA', DIZ DIRETOR - De acordo com a prefeitura de Tupã, um processo administrativo para avaliar a conduta da funcionária. “Nós fomos notificados pela diretora e instauramos procedimento administrativo para apurar as infrações da servidora. Será formada uma comissão e ela poderá ser demitida. Ela disse estar arrependida e preocupada com o que fez e diz que não quis usar o termo dessa forma, disse novamente que foi uma brincadeira, mas isso não é nem de longe uma atitude cabível”, disse o diretor do departamento do órgão, Júnior Navarro.


Fonte: Ana Carolina Levorato* _ Do G1 Bauru e Marília - Com informações de Gabriela Cardoso, da TV TEM Marília

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