Lucélia em crise? Vereadores criticam administração Saldanha durante sessão
Nossa Lucélia - 19.09.2014


"Lucélia clama por socorro", afirma Ney Roberto Dadamo

LUCÉLIA - Em sessão da Câmara Municipal realizada na segunda-feira (15), vereadores se revoltaram com a administração pública e criticaram as ações do prefeito Osvaldo Saldanha (PSDB).

A situação do comércio, exoneração de secretários, crise financeira e até o Plano de Governo do chefe do Executivo foram expostos pelos vereadores. “Hoje temos uma população magoada, envergonhada, por ter dado a vitória ao Saldanha na eleição de 5 de outubro de 2012”, declara a  presidente da Câmara, Ivone Pernomian (PSDB).

NEY - O vereador Ney Roberto Dadamo (PV), não se intimidou em relatar a sua frustração com a situação em que Lucélia se encontra.

Em discussão sobre a Saúde do município o vereador declarou ser contra transferir o atendimento para outra cidade. De acordo com ele, o prefeito Osvaldo Saldanha sabia da situação em que o setor se encontrava e agora deve buscar uma solução cabível juntamente com o Legislativo. “Chegamos ao caos e precisamos resolver este problema. A Saúde de Lucélia está doente, a Saúde de Lucélia está na UTI, precisamos nos unir”.

Ney destacou a cobrança da população em cima dos vereadores. Para ele, falta aproximação do Executivo com o Legislativo. “Pensei que vereador teria mais poder, assim como nos cobram, mas não temos, somos limitados. O Executivo sozinho não consegue tocar uma cidade do porte de Lucélia, precisávamos marcar um encontro em cada sessão com os diversos setores do município. O comércio, por exemplo, está em situação desesperadora. Pensei que poderia fazer mais pela cidade, porém, nem tudo nos é permitido”.

CLAUDEMIR - O vereador Claudemir Antonio Uemura (DEN) também apresentou o Plano de Governo do prefeito Osvaldo Saldanha na tribuna. Claudemir citou a proposta feita por Saldanha durante campanha em relação à capacitação de servidores. No documento constava: “(...) valorização dos funcionários visando a oportunidade para aprimoramento e treinamento adequado para melhor desempenho do funcionário”. E como exemplo o vereador cita o uso da máquina varredeira usada pelo setor responsável sem treinamento. Para ele, a falta de capacitação vem de todos os setores da Prefeitura. “Existem pessoas não habilitadas para exercer a função designada pelo próprio prefeito”. 

Outra promessa do prefeito citada pelo vereador foi a desapropriação de áreas para a instalação de um centro administrativo municipal, procurando reunir em um só local os setores que funcionam em lugares locados com despenhos para a municipalidade. "Cadê este lugar? Muito pelo contrário, foram feitas mais locações e alugados mais prédios. Um Plano de Governo exposto para todos os munícipes e que no entanto não está sendo cumprido”.

Para Claudemir a impressão que dá é que os vereadores não são bem-vindos em setores municipais por realizarem muitas cobranças. 

ROMILDO - Para o vereador Romildo Bernardo (PT) o prefeito Osvaldo Saldanha não age conforme relatava quando ele fazia parte do Legislativo. “Vi o prefeito por muitas vezes nesta tribuna fazendo cobranças em relação as obras que estavam paralisadas na administração anterior, penso que ele na qualidade de vereador tem a obrigação de cobrar o prefeito e é esse o papel que exercemos. Porém, estamos nos aproximando de quase dois anos de mandato e olhamos para obras em estado de abandono, mato tomando conta dos locais. Se dizia que tudo era muito fácil e que poderia ser resolvido com muita facilidade, eu lhe pergunto: por que não faz e não termina as obras que tanto cobrava?

A saída do maestro da banda marcial também foi contestada por Romildo. Segundo o vereador, os músicos não realizam ensaios e o município só perde, sendo que o prefeito havia anunciado uma mudança na banda para beneficiar os participantes, mas até agora nada foi feito.

O vereador destacou um serviço feito pela Prefeitura que após uma poda de árvore demoraram um mês para coletar o entulho de frente a residência. “Como é possível um vereador ter que vir na tribuna para ficar cobrando este tipo de serviço? Temos que debater geração de emprego, o que realmente a cidade precisa e não serviços parados”.

MOACYR - Os questionamentos vindos de todos os setores foram destacados pelo vereador Moacyr Pacheco (PT). Para ele, a situação é complicada e a administração pública não anda bem. “A má gestão reflete no Legislativo, porém, muitos não sabem que cobramos e não somos atendidos”.

O vereador cita problemas vindos dos setores da Educação, Financeiro e Saúde. Para ele, tudo é consequência de mau planejamento. “São concursos anulados, secretários exonerados, outros pedindo afastamento, processos seletivos mal elaborados, setor financeiro precário. Onde vamos parar?”

Em relação à Saúde, o vereador apresentou o Plano de Governo do prefeito Osvaldo Saldanha, com as promessas em relação ao setor. No documento dizia: “Assumimos um compromisso com a população de Lucélia de que a Santa Casa continuará sobre a intervenção de forma planejada, tudo faremos para atenuar a difícil situação financeira em que se encontra”. O vereador contesta: “Ou seja, piorou, ao invés de tomar conta do setor agora estão querendo fechar”.

Outro apontamento feito por Moacyr foi a conquista de novos ônibus feita por municípios da região e apenas Lucélia não foi beneficiada. “Mandei um ofício pedindo explicações sobre este fato e a resposta da Prefeitura foi que a frota existente no município era suficiente, já que os novos ônibus só trariam mais manutenção. E assim Lucélia mais uma vez fica para trás”, declara.

ANGELA - Novamente a veredora Angêla Iura (PV) apresentou na tribuna uma nova resposta da Prefeitura em relação aos requerimentos apresentados por ela. E que não a agradou. “Outra vez a equipe responsável pelo setor deixou a desejar. Solicitei sobre quais materiais foram considerados sucatas e me mandaram a relação dos veículos vendidos para o ferro velho. É uma decepção lidar com uma equipe tão despreparada em todas as secretarias, perguntamos “a” e respondem “b””, declara. 

Insatisfeita com as respostas a vereadora pretende levar as questões ao Ministério Público. “Não estamos perseguindo ninguém e sim cumprindo com nossas atribuições. Nossa função não é assumir a cadeira do Executivo para resolver os problemas, as pessoas têm que entender que o Poder Legislativo é uma coisa e o Executivo outra. A Câmara não tem culpa do caos que está a cidade”.

A solicitação de um serviço não atendido pela vereadora durante um incêndio no município também foi apontada na tribuna. Segundo ela, ocasionalmente um funcionário municipal estava no momento do incêndio e foi buscar um caminhão para apagar o fogo já que nenhum telefone corporativo dos funcionários de cargo de confiança atendeu. “O que não está funcionando após as 13h são os prédios, apenas para conter despesas, mas os funcionários podem trabalhar normalmente, pelo menos para atender o telefone em horas emergenciais até para evitar uma tragédia” finaliza.

IVONE - Finalizando as falas, a chefe do Legislativo Ivone Pernomian (PSDB) declarou a decepção com a gestão do prefeito Osvaldo Saldanha, a quem apoiou na campanha. Ivone destacou o empenho dos vereadores em mostrar os reais problemas que a cidade enfrenta e que para ela, apenas o chefe do Executivo não enxerga.

Sobre o assunto da transferência de pacientes da Santa Casa para Adamantina, Ivone disse que em reunião com o prefeito e seus colaboradores foi afirmado que Lucélia chegou ao 'fundo do poço' . “Foi nos informados que o Governo Estadual implantará um sistema de atendimento em hospitais em situações críticas e para a nossa tristeza Lucélia está no meio dessas. Será uma forma de manter a Santa Casa aberta, pois caso  contrário terá que fechar”.

De acordo com a vereadora, a administração não esclarece a real dívida da Saúde e o assunto é desviado quando cobrado. “Por que se chegou ao fundo do poço se estamos cobrando há dois anos?”, questiona.

Para ela, a administração pública deixa a impressão de que a cidade caminha bem. “Os assessores não deixam os problemas chegarem até o prefeito porque são de outras cidades e não estão nem ai. É cômodo para eles manter o emprego e parecer que está tudo bem. Por que não deixar todos os seus assessores de Lucélia, já que por várias vezes destacou que temos gente capacitada para ocupar todas as secretarias? Hoje temos uma população magoada, envergonhada, por lhe dar  a vitória na eleição de 5 de outubro de 2012  e a maioria dos vereadores endossou tudo o que foi dito e por isso pessoas vêm até nós. A casa começou a cair e só o prefeito não percebe”.

Outra reclamação feita por Ivone em relação à gestão foi sobre a falta de atendimento do prefeito aos cidadãos. “Fui parceira, trabalhei na campanha, esse não é o Osvaldo Saldanha que conheci. Estamos preocupados com tudo, Saúde, Educação, Infraestrutura e ainda assim somos obrigados a ver alguns vereadores trazerem o Programa de Governo prometido durante a campanha. Somos obrigados a ouvir, baixar a cabeça e ficar quietos. Não temos a função correr atrás de dinheiro isso, é função do prefeito, ele teria que vir e agradecer a Câmara porque se não fosse o nosso trabalho a situação estaria pior. Temos 11 vereadores com compromisso pela população, pois se fossemos avaliar a maneira que ele nos trata iríamos ficar de braços cruzados e deixar os problemas piorarem. Para mim ele fechou as portas e chegou até a dizer que eu gostaria de estar no lugar dele, mas vai a pergunta: Ele passou anos nessa Câmara e gostaria de saber que emenda ele conseguiu para a cidade, tenho certeza que nem uma cadeira foi conquistada através dele”, finaliza. Neste momento todos os presentes na Câmara aplaudiram exaustivamente a presidente Ivone Pernomian.


Fonte: Fernanda Silva _ Do GI Notícias

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