Aterro aberto para receber galhos e entulhos vira lixão em Tupã
Nossa Lucélia - 30.07.2014


Mata é incendiada com frequência e provoca riscos à saúde da população. Secretaria do Meio Ambiente admite que não tem controle da situação

TUPÃ - O aterro criado para receber galhos de poda e terra da construção civil virou um lixão em Tupã. A situação tem gerado transtornos aos moradores, inclusive riscos à saúde. Não bastasse o descarte de lixo, estão ocorrendo queimadas na mata nativa que fica no entorno. Isso porque pessoas invadem o local à procura de materiais reaproveitáveis e acabam colocando fogo. Um problema que precisa de providências urgentes.

Na entrada do aterro a placa informa: “apenas galhos e terra podem ser descartados nesta área”. Mas, o cenário é bem diferente. Fotos enviadas por moradores e produtores rurais revelam o desrespeito com o meio ambiente e com quem vive por perto. Todo tipo de entulho e lixo é despejado no local: sofá, lâmpada, pneu, garrafa pet, lata de óleo, lixo orgânico e até um vaso sanitário.

Diversos caminhões foram flagrados pela equipe do TEM Notícias entrando e saindo do aterro, que é de responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente de Tupã. Dois funcionários trabalham como vigias na área e são os responsáveis por fiscalizar os veículos que descartam os materiais.

Segundo os moradores, a pior queimada foi há uma semana. Na propriedade rural de Edson Gioli, o espaço usado para vacinar o gado ficou com as porteiras queimadas e as cercas de madeira foram quase todas destruídas.

"O meu prejuízo foi em torno de R$ 9 mil porque a mangueira eu fiz há cinco anos e me custou por volta de R$ 12 mil. É claro que não houve um estrago total, mas a parte interna da mangueira foi totalmente danificada", informou.

Ao redor do aterro existem sete propriedades e algumas foram praticamente devastadas na última queimada. Em uma delas, um pomar cultivado há quatro anos, com pés de jabuticaba, pêssego e manga, foi consumido pelo fogo.

A mangueira que era usada no sistema de irrigação foi consumida pelo incêndio. O produtor rural Geraldo Talarico disse que foram gastos mais de R$ 2 mil. “O prejuízo foi irreparável porque foram mais de quatro anos que nós criamos esse pomar com a irrigação, adubação. E em menos de meia hora nós perdemos tudo em função do aterro que foi o indicador da queimada toda aqui para nós".

A população vizinha ao aterro também sofre. O vigilante Aderval Souza tem uma casa perto do aterro há quatro anos e mora com outras sete pessoas da família. Ele contou que é complicado conviver com a poluição provocada pelo lixo e pelas queimadas no aterro. “Sufoca, é um exagero isso aí. Ficamos todos agoniados com essa poluição, essas queimadas quem vem de vez em quando e corre todo risco".

O diretor da Secretaria do Meio Ambiente de Tupã, Antonio Douglas Bezerra, admitiu que não tem o controle da situação no aterrro. “Quando colocam as caçambas na rua, as pessoas passam e jogam todo tipo de lixo: pneu, vaso sanitário e vai por baixo desse material. Não tem como vistoriar isso na hora que chega as caçambas no aterro, mas a gente faz a limpeza uma vez por semana, destinando cada um para o seu lugar correto. Já em relação às queimadas, lá é um aterro que funciona até sábado ao meio dia. Então, a gente não vê o por que de ter alguém fiscalizando sendo que ele está fechado. E o pessoal, que pega esse tipo de material, vai aos sábados, pulam a cerca e acabam vasculhando lá e colocando fogo", informou.

A saúde dos moradores e animais pode ser afetada. O cachorro da comerciante Lucimara Regina Gonçalves tem leishmaniose, doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito palha, que também contamina as pessoas. É no lixo e no entulho que o ele se reproduz. Não existe cura para a doença nos animais e o recomendável é sacrificar. Lucimara não permitiu que o procedimento fosse feito e alega que faltam ações por parte da administração da cidade.



Fonte: Do G1 Bauru e Marília

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