Secretários "importados" de Educação e Desenvolvimento Municipal devem ser trocados, afirma vereador
Nossa Lucélia - 02.06.2014


Os vereadores Júlio José Moreno (PSDB) e João Armando Agra Júnior (PTB) são entrevistados

LUCÉLIA - Os vereadores de situação Júlio José Moreno (PSDB) e João Armando Agra Júnior (PTB) são os entrevistados desta semana da série do IMPACTO com o legislativo luceliense. Sobre a administração do prefeito Osvaldo Alves Saldanha (PSDB), os parlamentares avaliaram como positiva devido aos problemas herdados da gestão de João Pedro Morandi (PT), mas acreditam que algumas mudanças ainda devem ser feitas, como a troca dos secretários municipais “importados” de Adamantina, Acácio Rocha (Desenvolvimento Municipal) e Osvaldo José (Educação).

O vereador Júlio da Auto-Escola, afirma que esses secretários não conhecem a realidade de Lucélia, tomando atitudes que atrapalham a administração.

“As intenções do prefeito são boas. Por enquanto, resolve os problemas da administração passada, principalmente em relação às dívidas. Mas, acredito também que faltou um pouco de companheirismo com a Câmara neste início de mandato, não somente com a base, mas como todos os vereadores, como faltou uma reunião de apresentação dos secretários e diretores, inclusive, existem alguns que muitos de nós não conhecemos. Acredito ainda que é preciso melhorar duas secretarias, comandadas por pessoas que não são de Lucélia, não conhecem o problema da cidade, fazendo coisas que não deveriam e se fosse do município, teriam outra visão. No caso, falo de Osvaldo José [Educação] e Acácio Rocha [Desenvolvimento Municipal], que é uma boa pessoa, tem a intenção de ajudar, mas por não conhecer a realidade de Lucélia, muitas vezes acaba fazendo o que não deveria”.

SAÚDE - Na contramão, o vereador Juninho Agra avalia o secretário da Saúde, Aparecido Peloso, como o mais atuante da administração. “O Cido [secretário e interventor da Santa Casa] fez uma reunião muito transparente com todos os vereadores. Nós, que estamos no segundo mandato, nunca tivemos uma proximidade com Sandro [Maurício Altrão], que era outro interventor. O atual deixou claro a situação do hospital desde a sua fundação, início da intervenção e os problemas, e é isso que falta em outros setores da administração Saldanha, transparência”, destaca.

Ainda falando em saúde, a situação da Santa Casa também foi comentada pelos vereadores, que foram menos críticos que seus colegas de Câmara. “Desde a administração passada, tive que ser internado em Lucélia e em Adamantina. Não desmerecendo a cidade vizinha, mas não posso deixar de elogiar o atendimento da Santa Casa local, que possui um ótimo atendimento. Apesar das dificuldades, em comparação com outras cidades, a saúde de Lucélia vai bem em relação a limpeza, atendimento, alimentação e profissionais. A saúde é crítica, mas diante do cenário regional, vai muito bem”, avalia Agra.

“Hoje, o problema da saúde é insaciável. Se aplicarmos R$ 500 mil, será gasto todo esse recurso. Se for R$ 1 milhão, também serão utilizados. Nunca estará em perfeita condição, sempre haverá problema. Segundo o interventor, as questões que envolvem a Santa Casa são tão burocráticas que demandou tempo para ter conhecimento. Sabemos que a Saúde de Lucélia está em boas mãos”, afirma Júlio.

PROBLEMAS - Entre os problemas citados para atual administração revolver, os vereadores afirmam que a infraestrutura urbana é a que mais precisa de atenção da prefeitura. “Tirando a saúde, que é obvia, a infraestrutura de asfalto é o principal problema da cidade. Lucélia está intransitável. Não é culpa da atual administração. No primeiro mandato do João Pedro, ele executou obras de recapeamento em perfeita qualidade em muitos bairros. Só que na segunda gestão, utilizou um tipo de asfalto que não se aproveita 10%. De vez asfaltar cinco quadras com qualidade, recapeou 10, só que não aguentou devido a durabilidade que é fraca. A garantia da empresa tem que ser cobrada judicialmente, virando uma burocracia que só quem perde é o município. Tem ruas que o Saldanha não pode arrumar, já que está na Justiça e, mais uma vez, é a população que sofre. O asfalto é o grande problema, além da saúde que toda a população já conhece”, comenta Júlio.

Outro problema citado por Juninho Agra é em relação ao estádio municipal que, segundo ele, já “virou uma novela”. “A situação das ruas é o principal problema que administração Saldanha tem que enfrentar, além do estádio municipal, que todos os esportistas reclamam. Foi gastos um valor considerável, mas na verdade nada foi arrumado. Telhas usadas foram utilizadas no local, muro feito de qualquer jeito, que além de não deixar a distância mínima para calçada, após um mês de finalizado estava todo trincado”.

Outra novela comenta pelo vereador Júlio da Auto-Escola é em relação a praça, finalizada pela gestão da Saldanha, em frente a escola José Firpo. “Essa praça era uma novela, que conseguiu ser finalizada agora, como a quadra do [bairro] Nosso Teto I que está prestes para ser liberada. Faltou contratar empresas de qualidade na administração passada. Sei que tem que contratar com menor valor, mas tem que comprovar que a empresa tem condição de concluir a construção, comprovação que realizou obra no mesmo estilo, saber se possui bens, no caso de abrir falência, e como está a questão financeira. Faltou critérios mais rígidos na licitação pública. Teve época que somente uma empresa tinha sete obras em Lucélia. Colocava os funcionários em uma construção, depois em outra, ficava esse 'gato pingado' que prejudicou o andamento das obras, situação que a atual gestão sofre para solucionar”.

LEGISLATIVO X EXECUTIVO - Juninho Agra afirma que o Executivo deveria se aproximar mais do Legislativo. “O Saldanha teria tudo para conduzir de uma forma mais simples a administração, envolvendo mais os vereadores nas decisões polêmicas, já que muitas vezes ficamos sabendo dos projetos, como o corte de 30% da educação, pelos próprios funcionários, ficando chato para nós por não estarmos por dentro das decisões do Executivo. O prefeito tem que entender que o vereador quer o bem para o município. O único objetivo desta Câmara é o interesse do povo, tanto é que todos os projetos que prejudica ou não favorecia os servidores, o trabalhador e a população, foram rejeitados por unanimidade. E assim será até o final do mandato”.

FUNCIONÁRIO PÚBLICO - Ainda sobre as decisões contra o funcionário público municipal, Júlio explica que prejudica a imagem do prefeito perante a população. “O Saldanha criou uma briga com o funcionalismo. Ele deveria fazer uma reunião para um acordo, sei que a folha de pagamento está no limite, mas de alguma maneira deveria oferecer um salário um pouco melhor aos servidores. Assim que assumiu a administração, quem ganhava pouco, começou a ganhar menos ainda. Quando se briga com funcionário público, que está com a população diariamente e passa a imagem da prefeitura, a opinião de toda a cidade se torna a mesma”.

Júlio comenta ainda que os servidores do almoxarifado são os mais descontentes. “O almoxarifado e a zoonoses, acredito que são os setores que os funcionários estão mais desmotivados. A educação é um caso pouco polêmico, se formos comparar com a região, Lucélia ainda se paga muito bem. Eles querem um pouco mais de remuneração, quando mais se investe é melhor, mas se comparado com outros municípios, os salários são acima da média regional”.

PERSPECTIVAS - Mesmo com os problemas citados, os vereadores acreditam que Saldanha melhorará administração até o final do mandato. “Acredito no Saldanha, que é uma pessoa honesta. Tem que reunir com os funcionários do almoxarifado, coração da cidade, conversar e tentar solucionar esta situação de descontentamento”, afirma Juninho.

“Acredito que a situação tende a melhorar nesses próximos dois anos e meio. Muitas obras sairão do papel, convênios que foram assinados, e todos nós sabemos que o Brasil é um país burocrático, se tornarão realidade. Acredito também que melhorará a situação de Lucélia, tanto por parte do Legislativo quanto do Executivo”, se posiciona Júlio.

ATUAÇÃO DOS VEREADORES - Ambos no segundo mandato, os vereadores afirmam que a atual Legislatura é mais participativa que anterior. “Vejo esse Legislativo muito diferente do passado. A oposição é mais companheira, sempre reunimos os 11 para debater os projetos, a presidente da Câmara deixa cada vereador exercer seu pensamento. Apesar de ainda não estar perfeita, já que têm alguns vereadores que se preocupam mais em temas polêmicos do que em ajudar, é uma Câmara que tem muito a somar ao desenvolvimento do município. Se cada um conseguisse R$ 100 mil por ano, seriam R$ 4,4 milhões no final da Legislatura, mas tem vereador que não consegue nada, mas cada um sabe por onde caminha”, afirma Júlio.

Em relação a emendas parlamentares, Júlio diz que está entre os vereadores mais atuantes do Legislativo luceliense. “Na última semana, em São Paulo, foram assinados aproximadamente R$ 600 mil, somando os deputados que trabalho, do Juninho Agra, Antônio Rios (PSD) e Valdecir Pereira da Silva (PSDB)”.

Entre as conquistas, Júlio destaca dois recursos, sendo um federal e outro estadual. “Conquistamos uma emenda federal do Vanderlei Macris, de R$ 230 mil, que já foi assinado convênio com Caixa Econômica Federal, esperando somente a licitação para escolha da empresa. A obra inclusive será iniciada antes das eleições, então não precisa parar, é a solução do problema da piscina pública herdado desde a administração de Carlos Ananias, que passou oito anos de João Pedro e não se resolveu. E a outra emenda é do Cauê Macris, estadual, é de R$ 500 mil para saúde, sendo R$ 100 mil para custeio da Santa Casa e R$ 400 mil para reforma integral do Centro de Saúde, que ganhará, inclusive, elevador”.

Juninho Agra também avalia como positiva a atuação do Legislativo. “Estamos correndo atrás de recursos através dos nossos deputados, mesmo não sendo função do vereador, mas com intuito de ajudar a administração, estamos indo atrás e temos bom retorno. Destaco a conquista de uma Van para transporte de pacientes renais crônicos para fazer hemodiálise em Adamantina. Era uma necessidade, já que a utilizada está sem condições, foi uma emenda do deputado Campos Machado”.

OPOSIÇÃO NA CÂMARA - A oposição, segundo os vereadores, é construtiva na Câmara. “Tem que haver oposição, somos situação, mas em alguns casos também somos oposição. Porém, tem uma oposição que não chega ao lugar nenhum. Toda sessão tem um “balde” de indicações, mas somente apontar o problema é fácil. Tem que correr atrás dos recursos, como fazemos, e outros vereadores também, mas falta a contrapartida de alguns. Sei que não é função do vereador, mas tem deputado de nossa região com mais de mil votos, que na época do Saldanha só liberou R$ 150 mil. Acho que é muito pouco para um deputado que estava entre os mais votados da cidade, é da região”, afirma Júlio.

“Existe muito pouca oposição, e quando é feita, é construtiva. Mas temos que nos atentar aos requerimentos e indicações que não levam ao lugar nenhum”, alerta Juninho, que também pede paciência para população. “Pedimos paciência e que os lucelienses possam confiar no trabalho dos vereadores que são honestos e íntegros, e só querem o bem do município”.

Já Júlio finaliza pedindo mais participação da comunidade nas decisões do Legislativo. “Peço à população que acompanhe um pouco mais o trabalho do vereador. A Câmara só lota quando é projeto polêmico ou de interesse próprio. Isso impede a qualificação dos vereadores. Muitas vezes, a população cobra uma providência que toda sessão é questionada, nem sabe o que acontece. A população tem direito de cobrar, mas dever de acompanhar o Legislativo. Aproximando da Câmara, consequentemente aproximará do Saldanha, já que sabemos o que ou não acontece”.


Fonte: João Vinicius _ Do Gi Notícias

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