Ex-diretor da Santa Casa de Osvaldo Cruz fala de sua demissão
Nossa Lucélia - 21.03.2014


Ex-gestor da Santa Casa enfrentou turbulências em pouco mais de um ano no cargo

OSVALDO CRUZ - A queda de Rafael Lanzoni do cargo de diretor administrativo da Santa Casa já era esperada. Inclusive, pelo próprio Lanzoni que, nesta quinta-feira, em coletiva de imprensa, analisou os motivos que culminaram com sua demissão.

A palavra fritura foi usada diversas vezes por Lanzoni. Segundo ele, a pressão dos últimos dias, principalmente sobre a polêmicas dos cheques que teriam sumido, foi fator fundamental para o prefeito Edmar Mazucato (PSDB) tomar a decisão de manda-lo embora.

“Ele [Mazucato] me chamou pela manhã na prefeitura para comunicar o meu desligamento [da Santa Casa]. Ele me disse que o motivo era o desgaste que estava em cima do meu nome pelos fatos que estão acontecendo, além de uma pressão do vereador Álvaro Bellini. Eu acredito que eu tenha caído por essas pessoas terem prejudicado o trabalho da Santa Casa com acusações falsas. Usaram a artimanha do cheque para prejudicar meu nome e me fritar publicamente. Tudo isso, somado a um suposto relatório de auditoria, acabou me desgastando muito”, disse Lanzoni.

POLÊMICA DOS CHEQUES - Escancarada na última sessão da Câmara Municipal (na segunda-feira, 17), a história dos dois cheques, que foram usados para pagar uma dívida com a clínica Santa Rita, ganhou notoriedade após o vereador Álvaro Bellini (PROS) conseguir aprovação, junto aos colegas, de um requerimento em que pede explicações à administração da Santa Casa sobre cheques que teriam sido endossados pelo diretor administrativo do hospital.

Através de uma nota, Lanzoni e Santos explicaram que houve cheque  emitido pela Prefeitura de Sagres no valor de R$10 mil em favor da Santa Casa, que foi utilizado para pagamento de uma dívida com a empresa Furlan & Furlan (Clínica Santa Rita) no valor de R$ 3 mil.

Diz a Santa Casa que a diferença de R$ 7 mil foi devolvido pela Furlan & Furlan e o dinheiro deu entrada no caixa do hospital.O outro cheque veio do Consórcio Intermunicipal de Saúde para a Santa Casa  no valor de R$ 4,88 mil utilizado para pagamento de uma dívida de R$ 2,73 mil também com a Furlan & Furlan, o que determinou uma nova diferença que teria dado entrada no caixa do hospital no valor de R$ 2,14 mil.

Antevendo aos fatos polêmicos, a administração da Santa Casa comunicou com os documentos contábeis as transações financeiras ao Ministério Público local.

“Nossas contas estavam bloqueadas e o cheque (de R$ 10 mil) seria bloqueado caso fizéssemos o depósito. Pagamos, então, uma dívida que havia com a clínica Santa Rita e eles nos devolveram a diferença (R$ 7 mil). Esse dinheiro deu entrada no caixa da Santa Casa e compramos remédios que estavam em falta. Com o outro cheque (do Cisap, R$ 4,88 mil), aconteceu a mesma coisa: pagamos um débito com a Santa Rita e, com a diferença, quitamos despesas do hospital. Não houve desvio de dinheiro e isso está provado”, garantiu Lanzoni.

Pedro Afonso _ Do OCNet - Um dos pontos destacados por Rafael Lanzoni durante a entrevista foi a coincidência de que, a história dos cheques, em que ele é acusado de desvio de dinheiro, veio à tona após instauração de inquérito policial que tramita na cidade, baseado em denúncias da própria administração da Santa Casa, ao Ministério Público, sobre exames e serviços prestados pela clínica Santa Rita.

Lanzoni disse ainda que faltou respaldo para que ele fosse blindado. “Todas as acusações vieram depois que fizemos uma denúncia no Ministério Público sobre supostos problemas com laudos de exames laboratoriais [da Clínica Santa Rita]. O inquérito foi instaurado, mas depois disso começou essa fritura pública do meu nome. Se eu tivesse um respaldo maior a situação seria diferente”, explicou.

AUDITORIA - A última polêmica deflagrada nesta semana e envolvendo a Santa Casa ocorreu após o empresário e membro da comissão de auditoria formada para avaliar a gestão hospitalar, Roberto Pazotto, ter ido à Câmara Municipal e usado a palavra para explicar o saldo da chamada auditoria, que teria sido feita na Santa Casa. O empresário usou em seu discurso várias vezes o termo "irregularidades", mas não apontou nomes, valores ou épocas onde estariam as tais irregularidades, mesmo que questionado pelos vereadores.

“Quando ele [Roberto Pazoto] cita que aqui [na Santa Casa] existem diversas irregularidades, mas não cita quais, fica no ar que é desvio de dinheiro público e isso não é verdade. Se citou irregularidade, tem que denunciar no Ministério Público e não em rádio”, disse.

PT - A saída de Rafael Lanzoni da Santa Casa enfraquece, de vez, o Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Antes dele, alguns cargos de confiança como o de diretor de Cultura, além das secretarias de Assuntos Jurídicos e Saúde, saíram das responsabilidades de Marcos Demori, Fábio Bannwart e Nenê Mazoni, respectivamente – o último pediu licença após problemas de saúde.

Lanzoni é presidente do diretório municipal do PT e lamenta o enfraquecimento do partido.
“Perdemos todos os espaços e nunca fomos comunicados na hora de trocar os nomes que estavam nos cargos. Eu acho estranho, mas é o jeito dele [Mazucato] administrar e levar as questões políticas. Eu não vejo com bons olhos e acho que parceiro é parceiro. Companheiro é companheiro. Fomos companheiro quando ele precisou”, finalizou Lanzoni.



Fonte: Pedro Afonso _ Do OCNet



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