Após queda de energia cerca de 45 mil aves morrem em Martinópolis
Nossa Lucélia - 09.02.2014


Funcionários reclamam do mau cheiro e descarte irregular das galinhas. Situação não foi notificada às autoridades e pode ser considerada crime

MARTINÓPOLIS - Cerca de 45 mil galinhas morreram após uma queda de energia causada por volta das 13h sexta-feira (7) em uma granja localizada próxima ao km 4 na estrada vicinal Vereador Osvaldo Campioni Ascencio, em Martinópolis. Eles começaram a ser jogados em valas improvisadas na manhã deste sábado (8), o que gerou a reclamação de pessoas que moram nas proximidades do local e trabalham no tratamento das aves.

De acordo com o funcionário da granja, José Ailton Denis, 44, seis barracões onde ficam os animais ficaram quatro horas sem o sistema de ventilação e nebulização. Com o calor, muitos não resistiram. “Doze funcionários foram retirando os animais e colocando em quatro valas nesta manhã [de sábado]. Dois buracos não foram aterrados. Sempre fazem isso por aqui, mas nunca tão perto da nossa casa”, conta ele, que reside há 20 metros de uma das valas.

As aves foram descartadas sem a utilização de cal, o que gera problemas posteriores, segundo o funcionário, que não tem nenhuma formalização contratual com a empresa e apenas recebe R$ 0,30 por galinha vendida. “Daqui a pouco vai começar a sair uma 'meleca' aqui, igual nos outros pontos onde eles enterram. O cheiro é insuportável”, comenta.

Outro funcionário, Roberto Carlos Diniz, de 39 anos, também relata a falta de cuidado com o descarte dos animais. “Aviário é uma coisa muito delicada. Ainda existem galinhas mortas dentro dos barracões, 'misturadas' com as vivas. Eu acredito que o dono, que é de Maringá (PR) não sabe da situação aqui, pois ninguém procura uma solução”, diz.

Tratores estiveram no local para cobrir as valas com terra, porém o forte odor permanecia no local. “Tenho crianças e como vamos ficar com este cheiro aqui?”, questiona a dona de casa e também funcionária da granja, Luciane Francisco de Oliveira, que mora na mesma casa que Denis e Diniz.

A morte das galinhas acontece, segundo os funcionários, por causa do intenso calor que se concentra dentro dos barracões. “Existem muitos locais que ainda vão precisar de muita limpeza por aqui”, fala Diniz, que ainda conta que a granja já está instalada no local há sete anos e possui outra sede em Rancharia.

Não houve registro das mortes e da construção das valetas na Polícia Militar, Polícia Civil ou Polícia Ambiental. Essa atitude pode ser considerada crime, segundo o ambientalista Carlos Arraes. “É necessário que este trabalho seja notificado às autoridades com um laudo do veterinário responsável, principalmente por causa da grande quantidade. Sem contar o risco ambiental que estes aterros podem desencadear tanto ao solo quanto a possíveis lençóis freáticos que passam pelas redondezas”, explica.

Arraes ainda informa que as valas não podem ser feitas de forma improvisada. “Deve-se fazer uma camada de cal, uma camada com as aves e uma nova camada de cal, mas tudo com as proporções exatas e em uma profundidade adequada”, diz.

Sobre a permanência dos animais mortos juntos aos animais vivos, o ambientalista comenta que o trabalho de separação devem ser prioridade. “As aves que resistiram vão ser contaminadas com as mortas e, sendo assim, não devem ser comercializadas. A melhor opção é retirar as vivas dos barracões e mantê-las separadas”, declara.


Fonte: Vinícius Pacheco _ Do G1 Presidente Prudente



Voltar para Home de Notícias



Copyright 2000 / 2014 - All rights reserved.
Contact: Amaury Teixeira Powered by www.nossalucelia.com.br
Lucélia - A Capital da Amizade
O primeiro município da Nova Alta Paulista