Imigrante eslavo retorna de Balisa para a Bessarábia e acaba preso por Stálin
Nossa Lucélia - 23.06.2013


Parentes afirmam que Julian Cavlak terminou seus dias nos campos de prisioneiros em algum lugar da Sibéria

LUCÉLIA - O imigrante búlgaro Julian Cavlak, irmão do ex-vereador de Lucélia, Demétrio Cavlak ficou decepcionado com a vida que a comunidade eslava tinha na comunidade Balisa, lá pela década de 1930 e resolveu, após a morte de dois dos seus filhos, causada por doenças tropicais, retornar para a Europa, de onde tinha imigrado anos antes, como muitos eslavos.

Julian Cavlak, juntamente com muitos outros imigrantes eslavos, pegaram o navio no porto de Santos e retornaram para a Europa com destino à Bessarábia, deixando terras e parte dos familiares. Bessarábia, comunidade de Taraclia, de onde era originária sua família, era uma cidade dominada pela Romênia que era inimiga ideológica da recém fundada URSS.

OPERAÇÃO BARBAROSSA - Quando Adolf Hitler, em meados de 1941, desencadeou a Operação Militar Barbarossa ou barba ruiva, disse: “O mundo vai perder o fôlego.” O füher desejava extirpar do mundo o vírus do comunismo ateu que prometia por sua vez, varrer o capitalismo da face do mundo.

No delírio de Hitler, marcharam para dentro do território soviético, milhares de alemães, italianos, espanhóis, holandeses, húngaros, búlgaros e romenos. Junto com o exército romeno, marchou Julian Cavlak, um grande crítico do sistema marxista que roubara suas terras na Bessarábia, após a Revolução Bolchevique de 1917.

Julian, antigo morador da comunidade Balisa, na época, distrito da cidade de Lucélia, foi combater o Exército Vermelho na famosa batalha de Stalingrado, às margens do rio Volga. Foi em Stalingrado, que o 6.º Exército da Alemanha, sob direção do marechal Friedrich Von Paulus, caiu diante do poderoso exército vermelho. Com a derrota dos alemães frente ao rigoroso inverno siberiano e ao exército vermelho, os alemães, búlgaros e romenos que lutaram contra os soviéticos foram duramente castigados. Acabaram sendo deportados para os campos de trabalhos forçados na Sibéria, chamados de Gulags.

ARQUIPÉLAGO GULAG - Os inimigos do sistema comunista eram deportados para campos de prisioneiros ou de trabalho forçados espalhados por toda União Soviética, em especial na gelada Sibéria.

Segundo contato obtido por carta da família Cavlak na última década com parentes, residentes hoje na cidade de Taraclia, Moldova, o dissidente Julian Cavlak, terminou seus dias nos campos de prisioneiros em algum lugar longínquo, na Sibéria.

As denúncias dos expurgos em massa feitos por Josef Stálin, se deu inicialmente em virtude do livro Arquipélago Gulag, escrito pelo russo Alexander Soljenítsin.

O livro de cerca de 600 páginas é uma narrativa sobre fatos que foram presenciados pelo autor, prisioneiro durante onze anos, em Kolima, num dos campos do arquipélago, e por duzentas e trinta e sete pessoas, que confiaram as suas cartas e relatos ao autor.

BALISA: Nome da comunidade formada por imigrantes eslavos (russos, búlgaros, ucranianos e outros), na década de 1930, no antigo município de José Theodoro (Martinópolis). Uma comunidade, que foi a célula máter da futura cidade de Lucélia.

Alguns dos imigrantes, descontentes com a vida difícil na comunidade Balisa, optaram por retornar à Europa e no caso de Julian Cavlak, tratado como dissidente e desertor.


Fonte: Marcos Vazniac

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