CATI insentiva expansão do plantio de seringueira em Junqueirópolis
Nossa Lucélia - 20.03.2013



JUNQUEIRÓPOLIS - A expansão do plantio de seringueira em Junqueirópolis foi o tema do ciclo de palestras realizado na Divisão Municipal de Educação, promovido pela Diretoria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Comércio em parceria com CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. De acordo com dados da CATI – Regional Dracena, a área plantada na região é de aproximadamente 1,4 mil hectares, segundo levantamento de 2010. Do montante, 50% da área plantada está em Junqueirópolis, cerca de 700 hectares.

Ainda segundo dados da CATI, as plantações de seringueira em franca produção na região produziram mais de 2,6 mil toneladas de látex, e registrou movimento financeiro de mais de R$ 5 milhões.

Segundo o palestrante Marco Cerqueira, consultor da Hevea-Tec, maior usina de beneficiamento de borracha natural da América Latina, a área plantada com seringueira no Brasil ocupa atualmente 150 mil hectares, o que representa apenas 1,50% da área mundial.

De acordo com Marco, segundo dados do Grupo Internacional de Estudos da Borracha (IRSG), países expressivos nesta produção chegam a índices de 33,10%, como na Tailândia, seguida da Indonésia e Malásia. “Mas nem sempre foi assim, o Brasil já foi o maior exportador de borracha do mundo. No entanto, atualmente tem que comprar matéria-prima de outros países”, comentou o consultor.

Cerqueira disse que o Brasil produz, por ano, apenas cerca de 110 mil toneladas das 350 mil toneladas anuais consumidas no país. “O estado de São Paulo produz quase 60% da borracha natural brasileira, ocupando uma área total de 77 mil hectares, segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura”, informou.

O diretor da Hevea-Tec, Percival Costa Junior, disse que o setor de pneumáticos é o maior consumidor do produto e importa do sudeste asiático a maior parte dessa matéria-prima, já que a produção do Brasil não supre a demanda. “A indústria pneumática é responsável por 75% do consumo brasileiro de borracha natural. Os 25% restantes são utilizados pela indústria de artefatos leves, composta por mais de 1.200 empresas”, explicou.

Segundo Percival, embora a borracha natural, em alguns casos, possa ser substituída pela borracha sintética, a impossibilidade de se produzir quimicamente um polímero com as mesmas qualidades do natural, faz com que ela tenha características únicas, sendo empregada, principalmente, na confecção de luvas cirúrgicas, preservativos, pneus de automóveis e caminhões. “Nesse sentido, a produção de borracha natural se torna imprescindível na fabricação de uma série de artefatos de suma importância na vida do homem moderno, em praticamente todos os países, estados e municípios”, frisou.

No contexto mundial, Percival disse que projeções indicam que o consumo crescerá mais que a produção e alguns especialistas estimam que no ano de 2020 o consumo de borracha natural será de 9,71 milhões de toneladas para uma produção de 7,06 milhões de toneladas. “Neste sentido, a renovação de seringais antigos e o incremento de novos, além da manutenção de um preço favorável da borracha natural no mercado internacional, são medidas que devem ser adotadas para suprir o déficit da mesma no Brasil e no mundo”, orientou, ao incentivar os produtores a ampliarem o plantio.

Para incentivo, o diretor disse que a produção de borracha pode dar um lucro de até 55% para o produtor rural, que pode chegar até R$ 8 mil/ha/ano. Os custos com manutenção, depreciação, mão-de-obra, equivalem a 45% do investimento. “O ponto forte da seringueira é que sua vida produtiva equivale a 40 anos, o que aumenta a renda do produtor e de seus herdeiros, e ao fim desse ciclo, a venda da madeira é capaz de financiar os sete anos de um novo plantio, desde que haja planejamento e a administração ideal do processo”, finalizou.



Fonte: A Notícia

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