Lucélia: 67 anos de amor e glória
23 de junho de 2011



Marcos Vazniac - Nesta sexta-feira, 24 de junho, nossa querida Lucélia estará completando 67 anos de emancipação político-administrativo. Lucélia, cidade que já foi uma das maiores comarcas do Estado de São Paulo, tem uma longa História, cujos primórdios estão distantes do ano de 1944, quando aconteceu sua emancipação.

A ideia da fundação de Lucélia partiu de um dos proprietários da Gleba Monte Alegre, engenheiro Dr. Luiz Ferraz de Mesquita que, propiciou a penetração de inúmeras famílias de russos brancos no então patrimônio da Fazenda Balisa de sua propriedade nos idos de 1.928, quando o referido engenheiro determinou a derrubada de matas para o início da cultura de café na fazenda Santa Maria.

Lucélia teve a forte colonização de três núcleos de imigrantes no início de sua história. Dentre os quais destacamos:

Eslavos: Colônia formada por imigrantes de eslavos oriundos da antiga Bessarábia, atual Moldova, que nos idos da década de 20 pertencia à Romênia. Da Colônia Balisa destacaram alguns nomes como Carlampi Malcov, Constantino e Demétrio Cavlak, Julião Antonov, Dmitri e Stefan Paley, João Berov, Dimitri Zamfirov, Basílio Kirkov, Teodor Melnic, Salvador Popic, Nicolau Uzun, Nicolau Tetchen, João Baljic, David Bancov, etc.

Teutos: Do outro lado do município, na reta Carlos Botelho, destacou-se uma colônia formada por imigrantes teutos, que chegaram ao país logo após o término da Primeira Guerra Mundial. Entre os teutos da Colônia Paulista podemos citar Dr. Walter Schiller, Arno Kiffer, Basílio Smirnov e Dr. Trey. Nos arredores da antiga Colônia Nova Pátria, rebatizada de Colônia Paulista, existe resquícios de um antigo cemitério, que aos poucos está sendo destruído pelo mato.

Nipônicos: Outra comunidade de imigrantes que existiu em Lucélia foram os imigrantes japoneses dentre os quais podemos destacar: Tinem Teitoko, Genji Higa, Saburo Tinen, Eisaku Sassaki, Kanashiro Kokiti e outros.

Outros nomes foram importantes no desenvolvimento de Lucélia, como Benedito Lopes da Silva e seus filhos João e Braz, Joaquim Xavier da Silva, Dorival Rodrigues de Barros, Joaquim Alves Landim, etc. Lucélia pode ser considerada a cidade "Mãe da Nova Alta Paulista", pois no decorrer dos anos vários outros municípios foram surgindo, deixando o território de Lucélia menor, mas Lucélia continuou sendo grande, perante todos os outros municípios, pela grandeza de seu povo ordeiro e trabalhador.

Lucélia se dividiu, e apesar de sua divisão, continuou sendo grande por sua história. Lucélia uma cidade que teve pessoas influentes e visionárias como Luiz Ferraz de Mesquita (fundador), Manoel de Freitas Cayres, João Palma Renno Max Wirth e outros.

Muito temos que resgatar sobre o passado glorioso da cidade. Pouco sabemos sobre o primeiro jornal aqui impresso, "O Balisa", cujos responsáveis eram o Dr. Mesquita e Paulo Sambaqui. O jornal era impresso em Alto Cafezal, atual cidade de Marília, e não temos nenhuma edição para guardar a memória. Outro jornal era o Folião, impresso somente nos dias que antecediam o carnaval de Lucélia, que foi um dos mais movimentados da região, cujos clubes, Recreativo e Lucélia Futebol Clube, promoviam concorridos bailes, com escolha da rainha do carnaval.

Temos que resgatar o passado do Clube A.B.C. (Atlético Balisa Clube) no então bairro da Água Grande, que promovia bailes todos os sábados cujos diretores eram Dorival, David Bancov, Xavier e Genésio.

O primeiro time de futebol foi o Imperial Futebol Clube, mas o mais famoso foi sem dúvida o Lucélia Futebol Clube, time com muita tradição em toda região. Lucélia em latim significa Luz do Céu, e é constituída de sílabas tiradas das palavras Luiz – LU – e CÉLIA de Cecília, nomes do fundador da cidade Luiz Ferraz de Mesquita e de sua esposa dona Cecília Mendes Mesquita.

Isso é apenas um pedaço do nosso passado, algo para refrescar a memória, mas parte da nossa memória não é encontrada no município, e sim, em arquivos particulares e estatais em cidades como Santos, São Paulo, Rio de Janeiro, Presidente Prudente, Tupã, etc. Também parte de nossa História está em outros países como Japão, países da antiga União Soviética, Alemanha e Suíça. Isso é uma outra longa História, que um dia pretendemos escrever. Como diria o poeta Cazuza "O tempo não para".

Salve Lucélia!
Salve Rainha dos Luminosos!

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Lucélia - A Capital da Amizade
O primeiro município da Nova Alta Paulista