Estradas da região têm manifestações dos caminhoneiros
Nossa Lucélia - 09.09.2021


Manifestações ocorrem em 15 estados, segundo informou o Ministério da Infraestrutura nesta 5ª feira

REGIÃO - Caminhoneiros iniciaram nesta quarta-feira (8) manifestações em estradas no Oeste Paulista. O movimento busca a adesão da categoria, para que paralise as atividades. O movimento ocorre depois de manifestações pró-governo em diferentes cidades brasileiras, no feriado da Independência. Manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a destituição de ministros da corte, além de intervenção militar.

As primeiras iniciativas de paralisação da categoria na região nesta quarta-feira foram identificadas em Marília, na Rodovia Dona Leonor Mendes de Barros (SP-333), onde chegou a ocorrer, temporariamente, o bloqueio da pista, no sentido Marília/Lins. Depois, o grupo se concentrou no acostamento e dispersou. Na sequência outro ponto de paralisação ocorreu na BR-153, também de forma temporária. Ainda ontem houve registro de manifestações em Tupã, com a concentração de caminhões às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294).

A ocorrência de manifestações em Marília e Tupã provocou uma corrida aos postos de combustíveis na noite de ontem. Em diversos estabelecimentos formaram-se filas de carros. Há postos em que o estoque de combustível terminou, em razão da grande procura.

Já nesta quinta-feira (9) há registros de manifestações na Rodovia General Euclides de Oliveira Figueiredo (SP-563), em Teodoro Sampaio, onde as entradas da cidade chegaram a ser fechadas.

Também hoje há registro de manifestação dos caminhoneiros na Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em Rinópolis, e na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Presidente Prudente. Ao G1, o capitão Daniel Martins, da Polícia Rodoviária, garantiu que não haverá interrupção do tráfego de veículos no corredor da Rodovia Raposo Tavares. Ele disse que a corporação respeita o direito de manifesto, mas que esse direito não se sobrepor ao direito de ir e vir das pessoas.

Nos locais de protestos, os caminhoneiros são convidados a aderir, e em determinados pontos há bloqueio a esses veículos, sendo liberada a passagem apenas de cargas perecíveis. Carros de passeio e ônibus têm circulado sem restrições.

ENTIDADE DO SETOR CRITICA - Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou "total repúdio" às paralisações. "Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos", diz a entidade, que congrega cerca de 4 mil empresas de transporte. A NTC&Logística disse estar preocupada com os efeitos que bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio.

O texto leva a assinatura do presidente da entidade, Francisco Pelucio. Veja a íntegra da nota:

“A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, vem manifestar total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria. Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos.

Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc.

Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte.

As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos.

A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação".


São Paulo, 8 de setembro de 2021.
Francisco Pelucio
Presidente da NTC&Logística

BOLSONARO PEDE LIBERAÇÃO DE RODOVIAS - Em um áudio direcionado aos caminhoneiros, ainda não publicado de forma oficial, o presidente Bolsonaro pediu às lideranças do movimento que desbloqueiem as vias para evitar desabastecimento e aumento da inflação.

“Fala para os caminhoneiros que são nossos aliados que esses bloqueios atrapalham, nossa economia. Isso provoca desabastecimento e inflação. Prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Dá um toque para os caras, para liberar, para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília, aqui, agora. Não é fácil negociar e conversar por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer nossa parte e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? Aproveita e em, meu nome dá um abraço em todos os caminhoneiros”, disse o presidente.

Na noite dessa quarta-feira o ministro Tarcísio Freitas confirmou a autenticidade do áudio com a voz do presidente. "Esse áudio é real e de hoje. Ele mostra a preocupação do presidente com a paralisação dos caminhoneiros, que iria agravar efeitos na economia e inflação, e ia impactar nos mais pobres e vulneráveis".

Freitas disse que o país já vive atualmente efeito da pandemia nos preços dos produtos. Segundo ele, "a inflação tem hoje uma componente internacional, e uma paralisação vai trazer desabastecimento, prejudicando a população". "A gente não pode tentar resolver um problema criando outro". "Peço a todos que escutem atentamente as palavras do presidente, e que tenhamos serenidade para pavimentar um futuro melhor. A solução do problema se dará através do diálogo das autoridades. Vamos confiar nessa condução e no diálogo", acrescentou o ministro.


Fonte: Siga Mais

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