Com fronteiras fechadas no Peru, mochileiro osvaldocruzense relata desinformação e dificuldade para voltar ao Brasil
Nossa Lucélia - 21.03.2020


Vitor Kobayashi, natural de Osvaldo Cruz (SP), contou que há dezenas de brasileiros em Cusco na ânsia de voltar para casa, mas não conseguem saber quando será possível

CUSCO (PERU)
- Sair em mochilão, “turistar” na ânsia de conhecer países, culturas, locais diferentes. A sensação é maravilhosa, porém, o que seria uma aventura se transformou em preocupação devido ao avanço do coronavírus. Natural de Osvaldo Cruz (SP), o mecânico de empilhadeiras e universitário Vitor Kobayashi, de 24 anos, seguia um itinerário pela América do Sul até que se viu “trancado” no Peru e junto a dois amigos, dos estados da Bahia e Rio de Janeiro, vive dias de tensão sem saber quando ou como vai voltar ao Brasil.

A viagem começou no dia 3 de março. Kobayashi contou ao G1 que saiu de Araçatuba (SP), cidade onde mora e estuda, para seguir primeiramente ao Chile. Na sequência, o grupo seguiu para a Bolívia e foi após atravessar a fronteira para o Peru que soube do fechamento das fronteiras e que não conseguiria sair do país. “Isso já vai fazer sete dias”, comentou.

Também estudante de engenharia mecânica, Kobayashi e os amigos souberam na segunda-feira (16) sobre as fronteiras fechadas por meio de um pronunciamento na televisão.

O grupo seguiria com o mochilão até dia 2 de abril, mas devido à pandemia da Covid-19, tudo está fechado, ou seja, não há como os brasileiros conhecerem pontos turísticos, como a Montanha Colorida e Machu Picchu.

A "sorte", conforme disse Kobayashi ao G1, é que os turistas já haviam reservado um hostel, então tiveram onde ficar. Já no aeroporto, a situação foi contrária: tudo cancelado e sem passagens disponíveis para compra e venda.

As passagens de retorno ao Brasil seriam compradas quando o grupo chegasse ao Peru, pois já saberia quais seriam os melhores horário e data, conforme o cronograma do mochilão, mas se deparou com tudo paralisado.

“Na segunda-feira quando chegamos a ordem já era 'Não saia na rua'. O Exército está na rua e se a gente sai para ir ao mercado eles param a gente e temos que ter o documento do hostel que a gente está hospedado, temos que comprovar que estamos hospedados aqui, e dizer para onde a gente está indo”, contou ao G1.

O rapaz ainda falou que o uso de máscaras no país é obrigatório.

Também há controle na saída do hostel e horário para ir às ruas. “Não podem sair mais de duas pessoas do hostel. Então, se a gente vai fazer compras, tem que se organizar para saírem no máximo duas pessoas. Há um toque de recolher, que a gente só pode sair das 5h às 20h”, relatou.

FRONTEIRAS FECHADAS

“O que mais preocupa a gente é que saiu um decreto de que estão fechando as fronteiras, as vias aéreas, vias terrestres, e a gente não poder sair daqui. Um policial falou que a situação pode ser que se prorrogue por mais 30 ou até 90 dias, e a nossa maior preocupação é não conseguir sair do país”, desabafou ao G1.

Há dias os brasileiros precisam ficar dentro do hostel, exceto para comprar comida, e a preocupação aumenta, pois não se sabe quantos dias a quarentena vai durar e quando Kobayashi receberá uma resposta do governo, “tendo que pagar hostel, tendo que pagar comida, com uma moeda mais cara” que o real.

“Por enquanto a gente ainda tem dinheiro para pagar o hostel, pagar alimentação, porém a gente não sabe até quando vamos ter dinheiro para se manter aqui ou até quando a gente vai ficar aqui”, salientou ao G1.


Fonte: Stephanie Fonseca _ G1 Presidente Prudente

Voltar para Home de Notícias


Copyright 2000 / 2020 - All rights reserved.
Contact: Amaury Teixeira Powered by www.nossalucelia.com.br
Lucélia - A Capital da Amizade
O primeiro município da Nova Alta Paulista